VISITA AO CENTRO DE TERAPIA GÊNICA (CTG) EM RIBEIRÃO PRETO
O CTG foi construído pela AADM (Associação dos Amigos dos Portadores de Distrofia Muscular) em terreno doado pelo governo do Estado de São Paulo. Em uma reportagem recente do jornal "Folha de São Paulo" ele foi considerado o primeiro centro de terapia gênica criado no Brasil. Para a sua construção a AADM contou com a ajuda de pais e portadores de distrofia muscular de vários estados e de algumas empresas. A maioria dos equipamentos disponíveis foram doados pela Fapesp e alguns foram comprados. As doações foram se reduzindo ao longo do tempo e a presidente da AADM, Edna Maria Pupin, procurou outras fontes de recurso visto que a Centro tem um custo fixo com sua manutenção. A Petrobrás através do programa Pro-Cura tem apoiado o CTG mas por um tempo limitado. Se novas fontes de recurso não vierem este projeto se perderá com o tempo.
A proposta inicial seria realizar pesquisa com terapia gênica utilizando cães portadores de distrofia muscular. As dificuldades iniciais forma maiores que o esperado, como a montagem do laboratório, conhecimento da técnica e a obtenção dos animais e a sua criação. Infelizmente este projeto foi iniciado e não pode prosseguir até o final e as pesquisas com células tronco em cães passarão a ser desenvolvidas pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e a Faculdade de Veterinária da USP (projeto já em andamento) com cães doados pelo CTG. No entanto o CTG conta com equipamento de ponta e com matrizes para a criação de cães com distrofia muscular. Por que outras pesquisas não se iniciaram então? Por falta de pesquisadores interessados neste trabalho. Este mês, com a ajuda da Fapesp o CTG estará recrutando profissionais para estas pesquisas. Como pode ser visto nas fotos a criação de cães com distrofia muscular prossegue (há uma cria no momento com cães portadores e afetados) e uma população maior de cães afetados é fundamental para qualquer pesquisa. Os veterinários do CTG fazem avaliações dos animais (físicas, cardíacas e laboratoriais) para aumentar o conhecimento dos nossos pesquisadores com este tipo de cachorro.
O CTG é um centro de pesquisa único no mundo visto que sua construção, manutenção e objetivos estão na mão de pais e portadores de distrofia. Os maiores interessados em pesquisas e com a maior rapidez são os pais ou portadores. Esta particularidade chamou a atenção de pais de portadores de distrofia muscular de outros países. Insatisfeitos com o atual rumo das pesquisas eles se agruparam no FFF (Fight por a Future - luta por um futuro) e estavam procurando maneiras de apoiar pesquisas para a atual geração de pacientes. Assim que tomaram conhecimento do CTG rapidamente a atenção deste grupo se voltou para a possibilidade de patrocinar pesquisas aqui em Ribeirão Preto procurando identificar drogas que pudessem impedir ou retardar a evolução da distrofia muscular. Portanto a minha viagem foi para conhecer pessoalmente as instalações e fazer um elo entre os pais brasileiros e o FFF visando a realização de pesquisas no CTG.
Numa análise totalmente imparcial posso garantir que as instalações do CTG são invejáveis tanto no espaço físico disponível como na sua organização. O Centro tem condições para realizar pesquisas com drogas mas há necessidade de equipamentos especiais para medição de força muscular de animais e montagem de um biotério para camundongos. Eu estou fazendo um relatório dos materiais necessários para tentar obter doações. A minha expectativa é que possamos manter ou ampliar o CTG com maior número de pesquisas possíveis.
Infelizmente com o passar do tempo as pessoas ficaram na espera de resultados e se esqueceram que era preciso manter e apoiar o CTG. Os bingos, as rifas, as doações, foram sendo reduzindos. Não adianta plantar uma árvore. É preciso mante-la diariamente se não ela morre. Todos nós podemos fazer um pouco mais.
VAMOS VOLTAR A APOIAR O CTG COMO NOS PRIMEIROS TEMPOS! SOMENTE COM ESTE APOIO PODEREMOS OBTER E EXIGIR RESULTADOS.