PAPEL DA TERAPIA OCUPACIONAL NO TRATAMENTO DAS DISTROFIAS MUSCULARES

Resumo extraído do trabalho "A Conduta da Terapia Ocupacional na Promoção da Qualidade de Vida aos Portadores da Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne" de Marcele Monteiro Alves, Vanessa do Socorro Serra Furtado, Giselle Costa Dantas Silva, Sâmea Rayol Eloy e Nicelly Cristina Ferreira Paixão orientadas por Denise Amanajás da APIDIM e apresentado no VII Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional (2001, RS).

A importância da atuação do Terapeuta Ocupacional consiste em favorecer o papel ocupacional do indivíduo, prevenindo a inatividade funcional com tendência de um agravamento progressivo, principalmente das funções locomotoras;  gerando complicações emocionais, isolamento social; déficit cognitivos; desajuste familiar e outras. A utilização dos recursos terapêuticos depende  de cada caso específico, porém de maneira geral é indicado: cinesioatividade, órteses e adaptações e recreação terapêutica.

CINESIOATIVIDADE   

Objetivo Geral: Preservar a função motora, a capacidade respiratória, manter a amplitude articular, prevenindo contraturas e deformidades.  

Exemplos: atividades com bolas, jogo de botão, bambolê, dominó, xadrez, baralho, resta um, cone de encaixe, soprar o barquinho e a língua de sogra, etc.

Atividades para adequar a função motora às AVD`s (atividade da vida diária) e garantir autonomia do indivíduo: treino de higiene pessoal, vestuário e alimentação.  

ÓRTESES E ADAPTAÇÕES 

Objetivo Geral: Prevenir contraturas e deformidades, melhorar a mobilidade e função, proporcionando ao paciente uma vida menos dependente, favorecer o treino em AVD e a realização de atividades manuais criativas.

 Na figura 1 e 2, o suporte para o braço estimula o indivíduo a alcançar o nível máximo de independência nas atividades manuais visto que na DMD ocorre comprometimento dos músculos da cintura escapular e preservação dos músculos distais.

                                              

Figura 1 - Órtese balanceada para o antebraço, suporte móvel que permite várias atividades funcionais.

Fonte: North Coast Medical: Adl & Rehabilitation Catalog, 1998

                            

Figura 2 – Levitar – LV3 pode ser usado com 1 ou 2 suporte –marca expansão  Fonte: http://www.expansao.com/

Devem ser indicado órteses de posicionamento para prevenir contraturas e deformidades (fig. 3 e 4) e acessórios para posicionamento postural (fig. 5).

 Figura 3- OM-26 goteira para controle de deformidades dos MMII, previne o pé equino-varo e a contratura em flexão do joelho. FONTE: catálogo da AACD.

 Figura 4- OM-62 órtese articulada para tornozelo, previne o pé equino-varo, permite a dorso-flexão do tornozelo, bloqueando a flexão plantar. FONTE: catálogo da AACD.

 Figura 5- Almofada para corrigir o afundamento do assento da cadeira. FONTE: NORTH COAST MEDICAL: ADL & Rehabilitation catalog, 1998.

 RECREAÇÃO TERAPÊUTICA

 Objetivo Geral: Promover o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança portadora de DMD.

   O  terapeuta pode fazer uso de pintura, desenho, colagens, produções artísticas (massa modelar, origami, etc.), confraternizações e passeios como: visitas a museus, bosques e parques. Pode ainda realizar coletivamente peças teatrais e de fantoches. Estas atividades além estimular o movimento ativo livre moderado, trabalharão o estado emocional e a criatividade, promovendo a socialização, já que estes tendem a isolar-se.

 VISITA DOMICILIAR E PARTICIPAÇÃO FAMILIAR:

É de grande relevância que o terapeuta visite periodicamente o paciente, conhecendo, assim seu contexto familiar  e prestando orientações para que seja retirado barreiras arquitetônicas, permitindo assim o livre acesso do cadeirante a todos os cômodos da casa e a  objetos de seu uso pessoal. No tratamento da DMD verifica-se ainda a necessidade da participação familiar que atuará como co-terapeuta, devendo ser orientada e treinada, compreendendo o quadro evolutivo da doença e auxiliando no uso de adaptações necessárias ao indivíduo.