ÚLTIMAS NOTÍCIAS - ÓXIDO NÍTRICO

Los Angeles (USA) - trabalho divulgado hoje contribui para entender as alterações musculares na distrofia muscular. Os autores propõem que o maior dano muscular decorrente da ausência de distrofina se deve a ação dos macrófagos. A distrofina forma um complexo com inúmeras outras proteínas incluindo a óxido nítrico sintetase (NOS). Em músculos deficientes de distrofina como no modelo mdx em camundongos, a expressão de NOS é diminuida. Considerando-se que a perda da atividade anti-inflamatória do óxido nítrico pode exacerbar a perda muscular os autores introduziram um gene para produzir níveis normais de NOS em camundongos distróficos. Estes camundongos tiveram redução da concentração de  macrófagos nos músculos e prevenção da maioria das alterações musculares. A depleção de macrófagos por anticorpos neste modelo experimental semelhantemente reduz a agressão muscular. O presente estudo mostra que a ausência de distrofina é o gatilho que deflagra mecanismos patogênicos de agressão muscular. A consequente redução de NOS leva a um infiltrado de macrófagos e a perda muscular. Os autores estão estudando estes efeitos em outros modelos experimentais e estarão iniciando estudos clínicos com drogas anti-inflamatórias em pacientes com distrofia muscular.

músculos de camundongos distróficos (mdx) (imagem acima)  ficando menos desorganizados com a introdução de NOS (imagem abaixo) 

http://www.jcb.org/cgi/content/full/155/1/10

França - o aumento da expressão da utrofina é uma alternativa para um tratamento definitivo ou paliativo da distrofia muscular de Duchenne; há evidências que a utrofina possa exercer as mesmas funções da distrofina. O locus da utrofina é no cromossomo 6 humano e 10 do camundongo; as semelhanças entre a distrofina e a utrofina faz crer que derivam de um gene ancestral comum. No homem e no camundongo a utrofina é observada na superfície das membranas de células imaturas e é progressivamente substituida pela distrofina exceto na junção neuromuscular onde ela persiste. Portanto o encontro de drogas ou moléculas que aumentem a expressão da utrofina seria importante na terapia. As vantagens seriam: a) não haveria necessidade de  substituição do gene já que o gene da utrofina já esta presente; b) as reações imunológicas poderiam ser mínimas. No momento só duas moléculas que se expressam na junção neuromuscular, neural agrin e heregulin, mostraram capacidade de aumentar a expressão da utrofina no citoplasma e os níveis de mRNA utrofina, respectivamente, em cultura de células. Uma proteína que se liga a distrofina e utrofina, a sintrofina, é associada a uma enzima  óxido nítrico sintetase. Neste trabalho os autores conseguiram demonstrar o aumento da distrofina em células musculares de camundongos normais e em portadores de uma forma experimental de distrofia muscular tratados com L-arginina (um doador de óxido nítrico através da oxido nítrico sintetase). Os autores concluem que o uso de drogas podem aumentar significantemente a utrofina na célula muscular e contribuir para um tratamento paliativo da distrofia muscular.

Nesta semana o Dr Michael Chopp do Henry Ford Health Science Center (Detroit, Michigan)  em uma palestra no 27o  Congresso Internacional da Associação Americana do AVC descreveu os resultados positivos com o uso do viagra em animais com derrame cerebral experimental. Após a palestra ele revelou a Reuters  (http://www.reutershealth.com/frame2/arch.html) que o viagra poderia ser usados em várias doenças neurodegenerativas como o Parkinson e a distrofia muscular. Esta declaração repercutiu na imprensa que desconhecia esta possibilidades de utilização do viagra. O Viagra, cujo nome químico é sildenalfil, é o medicamento mais vendido no Brasil e um dos mais vendidos no mundo. Ele foi sintetizado como droga para atuar em doenças cardíacas, como a insuficiência cardíaca ou angina, mas nos testes realizados ele mostrou efeito mais promissor no tratamento da impotência sexual e para esta finalidade ele tem sido prescrito. Por seu mecanismo de ação ele aumenta o óxido nítrico, que é um mediador envolvido em várias atividades celulares. Em tese, todas as doenças nas quais o aumento do óxido nítrico na célula é benéfico poderiamos utilizar o viagra. Assim ele tem sido experimentado no tratamento de outras doenças clínicas como a hipertensão pulmonar. Vários trabalhos tem demonstrado o importante papel do óxido nítrico no aumento da expressão da utrofina e relacionando a sua ausência com muitas alterações da estrutura da célula muscular em portadores de distrofia. Neste sentido muitos dos tratamentos paliativos atuam aumentando os níveis do óxido nítrico como a L-arginina. Portanto o uso do Viagra na distrofia tem a sua lógica e poderia ser mais um produto no arsenal de tratamentos paliativos. Não encontramos na literatura nenhum trabalho descrito com este uso mas é provável que possa já estar sendo testada em animais. Um dos grandes impedimentos do uso desta droga é o seu custo que é bastante elevado.

http://scienceweek.com/search/sworevi.htm

http://www.pnas.org/cgi/content/full/95/25/14592

China - neste estudo em portadores de distrofia muscular os autores encontraram ausência de distrofina e nNOS em Duchenne e redução ou ausência em Becker. A ausência de nNOS pode contribuir para a degeneração da fibra muscular nestas doenças.

 

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