Últimas Notícias - Distrofia Miotônica

Rochester - a Universidade de Rochester, NY, está recrutando pacientes portadores de distrofia muscular miotônica ( 40 pacientes) para estudo clínico que pretende avaliar a eficácia da mexeletina, um antiarrítmico cardíaco, em regredir as miotonias. Os critérios de inclusão e exclusão e os telefones de contato do serviço americano podem ser obtidos no site da MDA-USA.

Mineapolis (USA) -  em estudo publicado na revista Science desta semana Ranun, Day e colaboradores identificaram o gene  no cromossomo 3 responsável pelo tipo 2 da distrofia muscular miotônica ou de Steinert, a forma mais comum da distrofia muscular do adulto, que afeta cerca de 3000 americanos; este achado pode contribuir para facilitar o diagnóstico da doença; paralelamente os autores relatam que a expansão satélite do RNA é responsável pela patogenia e pelos achados multisistêmicos da doença tanto na forma 1 como na 2 desta doença; este achado também poderá contribuir para o encontro de uma forma de tratamento da doença. Leia mais em:

http://www.mdausa.org/news/010803dm_mutation.html

http://www.cnn.com/2001/HEALTH/conditions/08/03/health.dystrophy.reut/index.html

http://www.reutershealth.com/cgi-bin/frame2?top=/tops/eline.html&left=/elinel.html&right=/archive/2001/08/02/eline/links/20010802elin010.html

MDA-USA - As estatinas são drogas utilizadas com excelente resultado por pacientes que tem excesso de colesterol. Recentemente, uma destas drogas, a cerivastatina (vendida no Brasil com o nome de Lipobay) teve sua comercialização suspensa por ter causado a morte de vários pacientes por rabdomiólise ( lesão muscular que evolui para insuficiência renal); alguns dos que faleceram faziam uso concomitante de uma outra droga que pode causar lesão muscular, a genfibrozila. Como o diagnóstico desta alteração muscular se faz por dosagem de enzimas musculares no sangue e os portadores de distrofia muscular já apresentam  aumento destas enzimas no sangue o diagnóstico da agressão muscular pela droga em portadores de doença muscular pode ser difícil ou ser realizado com retardado. Recomenda-se aos portadores de distrofia muscular que usem estatinas que fiquem atentos a cor de sua urina que se estiver muito escurecida pode indicar uma eliminação urinária de mioglobina e indicar a necessidade de suspensão do medicamento.

http://www.mdausa.org/research/010831_Statin.html

Austrália - notícia sem grandes referências fala em pesquisa da Universidade do Sul da Austrália sobre proteína envolvida na distrofia muscular miotônica.

http://abc.net.au/news/newsitems/s418771.htm

Itália - nesta pesquisa realizada em 35 pacientes com distrofia muscular  miotônica mostrou-se  que os pacientes apresentavam níveis significantemente mais baixos de coenzima Q10, que se correlacionaram com níveis maiores de expansão do trinucleotídeo CTG e de lactato ao exercício. Os autores entendem que os níveis mais baixos de conzima Q10 pode se relacionar com mecanismo de desenvolvimento da doença e a amplificação de trinucleotídeos.

Inglaterra - a insuficiência respiratória é encontrada em muitas doenças neuromusculares por alteração da função muscular respiratória apesar dos pulmões normais. Em muitas delas já está estabelecido o benefício do uso prolongado de ventilação domiciliar. Neste estudo os pesquisadores descrevem o uso de ventilação domiciliar em portadores de distrofia miotônica. Apesar do número pequeno de pacientes analisados os resultados demonstram  que o uso de ventilação domiciliar prolongada está associada com aumento da sobrevida e melhora da oxigenação sanguínea. 

Aproveitando este artigo vale reiterar que, de longa data já se sabe que nas outras formas de distrofia a avaliação da função respiratória é muito importante. Num artigo recente  os pesquisadores demonstaram que a avaliação períodica da função pulmonar é um marcador do prognóstico dos portadores de distrofia muscular de Duchenne. O uso de ventilação mecânica não invasiva domicilar aumenta a sobrevida e a qualidade de vida. Os exames de avaliação respiratória realizados devem ser guardados para comparação. Deste setembro os portadores de distrofia  no Brasil tem o direito, quando necessário, do uso de ventilação mecânica não invasiva por conta do SUS; portaria do ministro regulamentou seu uso. Muitos portadores com indicação de uso do aparelho apresentam dificuldade em fazer cumprir a lei. Sugerimos que entrem em contato com a Secretaria de Saúde de seu município (levando uma cópia da portaria) e se não conseguirem valer o seu direito que entrem com mandado de segurança para que o aparelho seja fornecido imediatamente. 

http://www.distrofiamuscular.net/ministerio.htm

http://www.in.gov.br/materia.asp?id=155518000

Canadá - Distrofia miotônica, Doença de Huntington e Síndrome de X frágil apresentam repetição de trinucleotídeos. Pesquisadores da Universidade de Toronto identificaram regiões do DNA sensíveis a estas mutações.

Bélgica - pacientes com distrofia muscular e miocardiopatia (insuficiência cardíaca com dilatação do músculo cardíaco) não são aceitos para transplante cardíaco pelo risco perioperatório devido a fraqueza dos músculos respiratórios. Este trabalho relata provavelmente o primeiro caso de transplante cardíaco em um portador de distrofia miotônica que apresentava cardiomiopatia. Os autores relatam que o bom estado respiratório do paciente, relacionado com a fisioterapia respiratória realizada, diminuiu os riscos de infecção pulmonar e insuficiência respiratória.

França - o estudo eletrofisiológico é uma forma de cateterismo utilizado para identificar arritmias do coração; nesta pesquisa os autores avaliaram os resultados da ressonância magnética dos pacientes com distrofia miotônica que necessitavam de estudo eletrofisiológico. A capacidade de identificação das alterações cardíacas com a ressonância foi significante e possibilitará a sua utilização no futuro como método não invasivo de anormalidades cardíacas.

Itália -  Alterações dos níveis do fator de necrose tumoral (TNF-alfa) tem sido observado nos pacientes com distrofia muscular miotônica tipo 1 sem que tivesse sido determinado se haveria alguma implicação clínica desta alteração. Neste trabalho o fator de necrose tumoral foi medido em pacientes com distrofia miotônica tipo 1 e em pessoas saudáveis. Os níveis de TNF-alfa foram significativamente maiores entre os portadores de distrofia em relação ao grupo controle e se correlacionaram com o estágio da doença. Níveis de TNF-alfa estiveram relacionados à alterações genéticas e do ECG e foram mais altos em pacientes com tendência a arritmias cardíacas. Os autores concluiram que os níveis de TNF-alfa representam um critério adjuvante do estágio da doença e os seus níveis elevados pode desencadear alterações cardíacas

Alemanha - distúrbios do sono são frequentes em portadores de doença neuromuscular. O teste para identificação deste distúrbio a polissonografia é caro e não está disponível na maior parte das cidades. Nesta pesquisa com 42 pacientes  com doença neuromuscular (10 com Duchenne,  10 com distrofia muscular congênita, 7 com distrofia tipo cinturas, 1 com distrofia miotônica) os pesquisadores tentaram identificar em exames mais simples e de mais fácil realização indícios que pudessem predizer os distúrbios do sono. Pelos resultados observados as alterações observadas na função respiratória durante o dia  podem indicar que o paciente possa apresentar distúrbios do sono.

França - na distrofia miotônica há um risco maior de morte súbita relacionada com bloqueios e arritmias ventriculares, mas a indicação do marca passo não é feita como prevenção. O objetivo deste estudo foi analisar a incidência de arritmias, morte súbita e bloqueios em portadores de distrofia miotônica submetidos a colocação de marca passo, mesmo assintomáticos (era realizado um exame eletrofisiológico cardíaco que determinava  uma determinada alteração característica). Quarenta e nove pacientes (45,5 ± 8,9 anos de idade) com distrofia miotônica e intervalo HV>70ms foram seguidos por  53,5 ± 27,2 meses após a colocação do marca-passo. Arritmias paroxísticas foram encontradas em 41 pacientes (83,7%) consistindo em bloqueio atrio-ventricular total (21 pacientes), bloqueio sino-atrial (4 pacientes) ou taquiarritmia atrial (25 pacientes ) ou ventricular (13 pacientes). Nenhum paciente morreu de bloqueio atrio-ventricular total mas 10 faleceram, 4 subitamente. Em dois casos foi possível excluir arritmia cardíaca entre os que tiveram morte súbita. Os autores demonstram que a incidência de arritmias é comum na distrofia miotônica e a colocação de marca-passo preventivo em pacientes que apresentam alteração do estudo eletrofisiológico é apropriada. A colocação de marca passo previne a consequência de bradiarritmias paroxísticas e facilita o diagnóstico e tratamento das taquiarritmias frequentes.

Inglaterra - grupo de especialistas reunidos na cidade de Newcastle sob patrocínio da "Muscular Dystrophy Campaign" publicaram (na Revista Neuromuscular Disorders) um documento contento um consenso sobre as  recomendações para a realização de exercícios e utilização de órteses em portadores de doenças neuromusculares. As informações são baseadas nos conhecimentos atuais e estudos devem ser feitos para comprovar o benefício de todos os procedimentos. Com relação as crianças que andam é recomendado o alongamento dos músculos da perna , dos frexores do quadril e iliotibial. Exercícios voluntários ativos como natação, hidroterapia e ciclismo são recomendados. Observação para promoção de uma adequada e simétrica postura, para os exercícios e atividades. Atividades como correr em declive ou subir muitas escadas excessivamente devem ser evitadas. Com relação as crianças que não deambulam exercícios são recomendados para manter a postura, simetria e conforto. Com relação as órteses as recomendações do grupo são: órteses do tornozelo-pé noturnas são recomendadas para manter o comprimento dos músculos da perna; não há consenso quando iniciar o uso mas ela é recomendada quando há perda da dorsiflexão. Andar na ponta dos pés é uma adaptação que permite manter o caminhar nos pacientes com Distrofia e o uso de próteses não deve prejudicar esta adaptação. Quando ocorre a perda da marcha a órtese tornozelo-pé pode ser usada durante o dia para prevenir contraturas e deformidades do pé; ela também é recomendada durante o dia após a cirurgia do tendão aquileo. A órtese joelho-tornozelo-pé pode prolongar a deambulação em aproximadamente dois anos na Distrofia Muscular de Duchenne; ela podem prevenir as contraturas nos membros inferiores e se a deambulação se prolonga além dos 13 anos retarda o aparecimento da escoliose. Pacientes adultos com distrofia muscular (sejam Becker, Duchenne ou as formas de distrofia do tipo adulto) devem prosseguir com as atividades físicas orientadas para cada tipo de distrofia. Na distrofia fascio-escápulo-umeral a fadiga por esforço excessivo pode ser observada mas não há contra-indicação para a realização de esforços físicos. Exercícios ativos com baixa resistência também podem ser prescritos.

IMPORTANTE: estas recomendações são para especialistas. Consulte sempre seu fisioterapeuta e seu médico para receber as orientações adequadas. É importante você saber que os exercícios físicos são parte importante do tratamento da Distrofia Muscular. 

Uma parte do resumo original segue abaixo:

Summary: It must be emphasised that these recommendations are based on current expert opinion only and that research is needed to improve the evidence base in all the areas suggested.

A. Ambulant children

1. Daily stretches to the gastrocnemius–soleus complex, hip flexors and iliotibial band.

2. Encourage voluntary active exercise such as swimming or hydrotherapy and cycling (may be motor assisted).

3. Symmetry to be promoted in posture, exercises and activities.

4. Eccentric activities such as running downhill and excessive walking downstairs to be avoided.

B. Non-ambulant children

1. Mobilising passive or active assisted exercises to maintain and promote symmetry and comfort. These may be land based programmes or in water if preferred.

Wheelchair/seating prescription, respiratory and spinal management have not been discussed in this workshop but they are clearly important issues that need consideration in the holistic management of the young person.

C. Ortosis

1. Night-time AFOs in addition to stretching daily are recommended for ambulant children with DMD to maintain the length of the gastrocnemius–soleus complex. There is no evidence on when to supply night splints but it is recommended that this be when there is loss of dorsiflexion.

2. AFOs are not recommended for ambulant children with DMD as this compromises their ability to walk by preventing characteristic equinus gait. In ambulant children with other neuromuscular disorders careful assessment is essential to ensure that walking is not compromised.

3. Clinical experience suggests that daytime AFOs should be supplied once ambulation is lost to prevent painful contractures and foot deformity. If tenotomies are performed in the non-ambulant child AFOs should be worn during the day.

4. KAFOs can be used to prolong ambulation for approximately 2 years in DMD. They can also help delay the onset of lower limb contractures and weaker evidence suggests that prolonging ambulation beyond 13 years may delay the onset of scoliosis. They should be supplied at the time of loss of ambulation by an orthotist with experience in neuromuscular disorders.

5. The benefit of a standing posture in the non-ambulant child to control contractures is logical but not evidenced. Standing frames or swivel walkers may be used in children with neuromuscular disorders.

D. Adults with muscular dystrophy

1. An accurate diagnosis should be made so that the possible complications and manifestations of the disease can be considered in devising a physical treatment plan and assessment programme.

2. The possibility of overuse fatigue, pain or weakness should be considered especially in FSH muscular dystrophy but there is no reliable evidence to suggest that exercise is contraindicated.

3. Active low resistance exercise may be prescribed to improve strength and endurance in relatively well maintained muscles (stronger than grade 3 MRC scale).

4. Where possible active exercise on a regular basis to promote general physical health to be encouraged.

5. Patients with myotonic dystrophy may be given an active resisted exercise regime but may need additional support and motivation.

6. Avoid inspiratory breath holding techniques in myotonic dystrophy.

7. AFOs may be used in ambulant patients with foot drop but not effective if plantar grade cannot be achieved

Brasil - nesta pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Brasil) foram estudados 15 pacientes com distrofia miotônica (11 homens e 4 mulheres, idade de 16 a 53 anos, média de 31 anos). Os pacientes foram avaliados pela ressonância nuclear magnética. Em 13 pacientes o envolvimento muscular foi observado; em 11 a alteração foi moderada a intensa. Alterações ósseas leves foram observadas com alteração do contorno ósseo e esclerose da medula óssea; em 4 casos foi observada a hiperexclusão condiliana. É provável que as alterações ósseas se devam as alterações musculares.

USA -  nesta semana dois trabalhos abordam as alterações cerebrais na distrofia muscular. O primeiro é uma revisão das alterações cerebrais em pacientes com distrofia muscular ressaltando o papel da proteína distrofina no sistema nervoso central. Este trabalho relata que 1/3 dos pacientes com distrofia muscular de Duchenne tem algum tipo de retardo mental, não progressivo, e de intensidade leve a moderada. O segundo é um artigo da revista Quest que aborda as alterações neurológicas em diversas doenças neuromusculares. Há referência a uma porcentagem menor de retardo mental na distrofia de Duchenne e Becker (5%) e de alterações   do aprendizado e  de algumas alterações na memória (repetição de palavras ou identificação de sons recém ouvidos). Há também descrição de alterações emocionais e há pesquisas tentando identificar o papel da distrofina na sistema nervoso. Em algumas formas de distrofia muscular congênita as alterações neurológicas são mais severas com retardo mental mais severo e convulsões. Na distrofia miotônica que se manifesta na vida adulta tem alterações neurológicas leves e as congênitas se acompanham de grandes alterações neurológicas.

USA - a hipertermia maligna é uma séria complicação de cirurgias; pacientes com  distrofias musculares podem apresentar quadro semelhante ao da hipertermia maligna durante anestesias. Neste artigo é feita uma revisão sobre a hipertermia maligna, as formas de diagnóstico e a importância do tratamento adequado. Pacientes com distrofia muscular não podem receber anestésicos gerais chamados de halogenados e não podem utilizar o relaxante muscular denominado succinilcolina; para mais informações ver o texto sobre anestesia no ítem tratamento (http://www.distrofiamuscular.net/anestesia.htm)

Current Concepts in Malignant Hyperthermia 

Journal of Clinical Neuromuscular Disease 2002; 4(2):64-74 

Josef Finsterer, MD, PhD

Malignant hyperthermia (MH) is a rare, potentially lethal, clinically and genetically heterogeneous pharmacogenic myopathy, which during or after general anesthesia manifests as MH crisis (MHC) in genetically predisposed, but otherwise mostly normal, individuals (MH susceptibles) in response to anesthetic-triggering agents. MHC can also occur in patients with central core disease. MCH-like crises have been reported in those with Duchenne/Becker muscular dystrophy, myotonic dystrophy, mitochondriopathy, and various other conditions. MH susceptibility is diagnosed if there is an MHC in the individual or family history or by the in vitro caffeine-halothane contracture test. Although screening for mutations in the ryanodine-receptor-1 gene and the dihydropyridine-receptor gene, respectively, could further substantiate the diagnosis, the caffeine-halothane-contracture test still remains the gold standard for diagnosing MH susceptibility. The most well-known triggers of an MHC are depolarizing muscle relaxants and volatile anesthetics. Therapy of an MHC comprises discontinuation of triggering agents, oxygenation, and correction of the acidosis and electrolyte disturbances, treatment of arrhythmias, cooling, and dantrolene. If MH susceptibility is not known preoperatively and an MHC unexpectedly interrupts anesthesia, consultation by a specialist in MH susceptibility after anesthesia is essential to investigate the patient for MH susceptibility or subclinical myopathy, guide laboratory investigations, manage therapy, and counsel the family on further risk. To further reduce morbidity and mortality of those with MHC, anesthesiologists and neurologists should be well educated and should strengthen their clinical vigilance. Research should be intensified and extended with regard to the development of new in vitro tests to further elucidate the heterogeneous genetic background of MH susceptibility.

Alemanha - neste estudo a creatina foi testada em pacientes com distrofia muscular miotônica do tipo 2 (miopatia miotônica proximal). Os pacientes receberam creatina ou placebo por 3 meses. Apesar de algumas medidas demonstrarem uma pequena melhora com creatina ela não foi significante do ponto de vista estatístico. A mialgia aumentou em 2 pacientes. Deve se levar em conta dois aspectos: o número de pacientes estudados e o tempo de aplicação da creatina forma muito pequenos. Este artigo será publicado num dos próximos números da revista Neurology.

Creatine monohydrate in DM2/PROMM - A double-blind placebo-controlled clinical study 

C. Schneider–Gold, MD; M. Beck, MD; C. Wessig, MD; A. George, MD; H. Kele, MD; K. Reiners, MD; and K.V. Toyka, MD

Abstract—The efficacy and safety of creatine monohydrate (Cr) in patients with myotonic dystrophy type 2/proximal myotonic myopathy were studied in a small placebo-controlled double-blind trial. Twenty patients received either Cr or placebo for 3 months. After 3 months, there were no significant differences of muscle strength as assessed by hand-held dynamometry, testing of maximum grip strength, Medical Research Council scoring, and the Neuromuscular Symptom Score between the two groups. Some measures indicated trends toward mild improvement with Cr. Myalgia improved intwo patients.

NEUROLOGY 2003;60:500–502

 

Holanda - no mesmo encontro relatado anteriormente os especialistas estabeleceram diretrizes para os cuidados cardíacos dos portadores de distrofia miotônica. As pessoas que tem distrofia miotônica tem mais frequentemente alterações no sitema de condução do coração que pode levar a arritmias e morte súbita. Alterações do ECG podem ser evidentes e um exame mais detalhado (estudo eletrofisiológico)  pode ser necessário quando há alteração do ECG. O uso da ressonância nuclear magnética pode ser útil na detecção das pessoas com maior risco de arritmias. Os exames recomendados são:

a) ECG anual após o diagnóstico

b) monitorização do ECG nas 24 horas (Holter) pode ser útil em pacientes adultos.

c) ecocardiograma deverá ser realizado ao diagnóstico da distrofia muscular miotônica congênita.

d) Holter de 24 horas deve ser feito se ocorrer alteração do ECG anual e o estudo eletrofisiológico deve ser feitoem pacientes com alterações eletrocardiográficas mais importantes.

e) antiarrítmicos podem ser necessários em pacientes que apresentam arritmias sintomáticas; mas, eventualmente, eles podem agravar algumas alterações elétricas do coração já existentes.

f) o uso de marcapasso deve ser indicado em arritmias progressivas mesmo antes de sintomas. 

g) ainda não há justificativa para o uso de desfibriladores internos rotineiramente.

Itália -  drogas como o salbutamol e o clenbuterol, ambas classificadas como beta 2 adrenérgicas, tendo sido testadas em várias formas de distrofia muscular. Os pesquisadores identificaram neste trabalho que estas drogas tem propriedades diferentes em relação aos canais de sódio que estão presentes na membrana das células. Com base nesta diferença os pesquisadores identificam o clenbuterol como mais identificado na miotonia do que o salbutamol.

USA - pesquisadores da Universidade de Minnesota desenvolveram um teste preciso para diagnóstico da distrofia muscular miotônica do tipo 2. Além disso, neste mesmo trabalho, eles descreveram detalhadamente os sintomas e sinais encontrados nesta forma de distrofia.  Os pesquisadores principais deste trabalho foram os que descreveram esta forma da doença em 1998. A falha genética está localizada no cromossomo 3. Na forma de distrofia muscular miotônica do tipo 1 o defeito está localizado no cromossomo 19. Acredita-se que a incidência de ambas possa ser cerca de 1 caso em 6000 pessoas. Ambas apresentam fraqueza muscular, miotonia e sintomas extra-musculares como o diabetes, catarata e doenças cardíacas. A forma do tipo 2 é mais comum em pessoas originárias da Europa, especialmente da Alemanha. O teste para o diagnóstico foi licenciado para a empresa Athena Diagnostics de Worcester (www.athenadiagnostics.com). Os comentários deste artigo estão abaixo:

http://www.mdausa.org/news/030225mmd.html

http://www.health-news.co.uk/showstory.asp?id=107394

USA -  Pesquisadores de três paises, patrocinados pela Associação Americana de Distrofia (MDA) conseguiram corrigir o defeito genético desencadeante da distrofia muscular miotônica e outras doenças genéticas com mínimos danos à estrutura das células. Nesta forma de distrofia o gene está aumentado pela proliferação de bases (ver detalhes da doença aqui). Os cientistas conseguiram "cortar" estas bases em excesso. Os estudos iniciais mostram alguma melhora da função das células

Inglaterra - Em 16/12/2002 já tinhamos relatado um trabalho sobre o modafinil na sonolência diurna excessiva na distrofia muscular miotônica. Neste estudo os pesquisadores observaram benefício com o modafinil em alguns pacientes com distrofia muscular miotônica que apresentam sonolência excessiva, sem desencadear efeitos colaterais significativos.

Itália - o diabete mellitus é uma complicação frequente em portadores de distrofia muscular miotônica; neste estudo os pesquisadores estudaram os portadores de distrofia muscular miotônica tentando esclarecer o motivo desta alteração. Os resultados demonstraram que a alteração da liberação da insulina do pâncreas é provavelmente a causa do diabetes, não se observando alteração da sensibilidade da insulina em seu receptor. Este artigo serve de alerta para a pesquisa das doenças que acompanham a distrofia muscular miotônica.

USA - realizou-se na última semana de setembro uma conferência patrocinada pelo MDA com alguns renomados especialistas para discutir as manifestações cardíacas nas distrofias musculares. Cardiomiopatias estão presentes em todas as formas de distrofia. O relatório trás uma série de recomendações quanto aos exames necessários em todas as formas de distrofia muscular:

Distrofia muscular de Duchenne:

- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico;

- exames cardiológicos antes de qualquer cirurgia e a cada 2 anos até os 10 anos; anualmente após os 10 anos;

- avaliação e tratamento das alterações respiratórias em paralelo com a investigação cardiológica;

- quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores.

Distrofia muscular de Becker:

- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico;

- exames cardiológicos a cada 5 anos;

-  quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores.

Mulheres portadoras do gene da Distrofia muscular de Duchenne e Becker:

- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico ou após os 16 anos e a cada 5 anos, com frequência maior se alguma anormalidade é observada ou se há alterações severas dos músculos esqueléticos ou manifestações cardíacas.

- tratamento com  inibidores da enzima de conversão da angiotensina se alterações cardíacas são detectadas, com a possibilidade de associação de medicações;

- considerar as possibilidade de transplante cardíaco na presença de alterações severas, não controláveis com a medicação.

Distrofia Miotônica Tipo 1:

- eletrocardiograma anual iniciando ao diagnóstico;

- eletrocardiograma contínuo (24 a 48 horas)  ao diagnóstico (Holter) em pacientes adultos;

- ecocardiograma ao diagnóstico em distrofia miotônica congênita;

- Holter se o eletrocardiograma anual mostrar anormalidades;

- considerar a possibilidade de usar drogas antiarrítmicas;

- instalar marcapasso se anormalidades do ritmo cardíaco for detectado;

- não instalar desfibrilador interno até uma evidência que justifique seu uso.

Distrofia muscular congênita:

- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico;

- ecocardiograma antes de cirurgia os se apresentar sintomas sugestivos exceto em portadores de mutação do gene da merosina, nos quais a cardiomiopatia não é progressiva

Distrofia muscular de Emery-Dreifuss:

- eletrocardiograma ao diagnóstico e após anualmente;

- avaliação por um cardiologista se ocorrer alterações do eletrocardiograma ou se houver dificuldade de interpretação do exame;

- Holter de 24 a 48 horas anualmente;

- ecocardiograma;

- implantação de marca-passo permanente se houver alterações do marca-passo natural do coração (nó sinusal) ou do nó-atrioventricular.

- considerar a possibilidade de realização do estudo eletrofisiológico;

- considerar a utilização de  anticoagulantes na presença de fibrilação atrial.

Mulher portadora do gene da distrofia muscular de Emery-Dreifuss:

- eletrocardiograma periódico para detectar distúrbio de condução atrial ou atrioventricular até que os conhecimentos aumentem a cerca da evolução natural das portadoras deste gene.

Cromossomo 1 Distrofia Muscular de Emery-Dreifuss:

- considerar o implante de desfibrilador interno;

- considerar a utilização de  anticoagulantes na presença de fibrilação atrial.

Distrofia Tipo Cinturas 2C, 2D, 2E e 2F (deficiência de sarcoglican):

- mesma vigilância dos portadores de Duchenne ou Becker;

- Holter periodicamente;

- quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores;

- considerar a utilização de antagonistas do cálcio para reduzir as alterações do fluxo da artéria coronária visto que esta alteração pode estar presente nesta forma de distrofia;

- considerar o transplante cardíaco caso ocorra falência da terapia medicamentosa.

Distrofia tipo cinturas 2I :

- mesma vigilância dos portadores de Duchenne ou Becker; considerar que a severidade da cardiomiopatia pode ser proporcional as alterações do músculo esquelético;

- quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores;

- considerar o transplante cardíaco caso ocorra falência da terapia medicamentosa.

Distrofia tipo cinturas 1B:

- considerar o implante de desfibrilador interno;

- considerar a utilização de  anticoagulantes na presença de fibrilação atrial.

Distrofia facio-escápulo-umeral:

- eletrocardiograma e ecocardiograma ao diagnóstico, com realização de novos exames dependendo da sintomatologia clínica; necessidade de mais exames em pacientes com sintomas severos.

USA - pesquisadores americanos identificaram proteínas chaves do núcleo celular que podem estar envolvidas no aparecimento da distrofia miotônica. Os pesquisadores observaram que em camundongos a ausência destas proteínas acarreta sintomatologia similar a da distrofia miotônica. Esta descoberta abre um caminho importante para o entendimento das alterações musculares nesta forma de distrofia que é a mais frequente forma de distrofia em adultos.

http://www.health24.co.za/news/Musculoskeletal_problems/1-931,25838.asp

http://www.ajc.com/health/content/shared-auto/healthnews/musc/516458.html

Canadá -  a suplementação de creatina tem demonstrado resultados em algumas formas de distrofia muscular. Um recente estudo não demonstrou efeito da creatina na distrofia miotônica do tipo 1 mas eles não mediram a creatinafosfoquinase muscular. Neste estudo 34 pessoas com distrofia miotônica foram avaliados. Estas pessoas recebiam creatina ou placebo durante um período do estudo. Teste físicos, dosagens laboratoriais e prova de função pulmonar. Nenhum resultado positivo foi observado com a utilização da creatina.

USA - Uma verba de 6,5 milhões de dólares serão fornecidos para teste de um novo tratamento para distrofia miotônica; o produto é o Somatokine da empresa Insmed. Este produto é um liberador de IGF-1 para os tecidos; o IGF-1 aumenta a força muscular e reduz a resistência a insulina e pode ser usado no tratamento do diabetes dos pacientes com distrofia miotônica. Se você quiser ver como o Somatokine funciona click aqui. Para ver o que ocorre com o uso do IGF-1 click aqui. O IGF-1 poderia também ser usado em outras formas de distrofia. No início do ano passado alguns artigos descreveram o efeito do IGF-1 em camundongos com distrofia muscular como este aqui.

Itália - os efeitos antimiotônicos dos derivados da mexeletina e da tocainamida foram testados em camundongos em um modelo experimental de distrofia miotônica. Estas drogas são potentes bloqueadoras dos canais de sódio e são usadas como antiarrítmicos. Todos as drogas demonstraram efeito antiomiotônico em camundongos. Este artigo será publicado em um dos próximos números da revista Neuromuscular Disorders e o resumo em inglês está abaixo:

New potent mexiletine and tocainide analogues evaluated in vivoand in vitro as antimyotonic agents on the myotonic ADR mouse

Annamaria De Luca, Sabata Pierno, Antonella Liantonio, Jean-Franc¸ois Desaphy,Fedele Natuzzi, Maria Paola Didonna, Ermanno Ferrannini, Harald Jockusch, Carlo Franchini, Giovanni Lentini, Filomena Corbo, Vincenzo Tortorellab, Diana Conte Camerino - Itália

Abstract

The antimyotonic activity of chiral derivatives of mexiletine and tocainide, selected as potent use-dependent blockers of skeletal muscle sodium channels, was evaluated in vivo acutely in myotonic ADR mice. The compounds had either aromatic (Me4 and Me6) or branched isopropyl groups (Me5 and To1) on the asymmetric centre, or had this latter one methylene apart from the amino group (Me2). Therapeutic doses of mexiletine (5–10 mg/kg) and tocainide (7–20 mg/kg) significantly reduced the long time of righting reflex (TRR), typical of ADR mice. Me4, Me5 and Me6 were 2-fold more potent than mexiletine. To1 fully normalised the TRR at 7 mg/kg. The electromyographic analysis confirmed a muscle-based activity for drug effectiveness on TRR. All the compounds reduced the myotonic hyperexcitability of intercostal muscle fibres when tested in vitro by current-clamp recordings, with a potency correlated with their action on sodium channels. On stimulus-evoked firing, the isopropyl analogues were 2–4-fold more potent than parent compounds, while the aromatic analogues were about 10-fold more potent than mexiletine. Patch-clamp recordings confirmed a normal-like pharmacological sensitivity of sodium channels of native ADR muscle fibres. Finally, the in vivo antimyotonic activity is due to the block of sodium channels and divergences with in vitro potency can be related to structure-based changes in drug pharmacokinetics.

Espanha - realizou-se em junho de 2004 esta reunião de neurologistas europeus na qual foram apresentadas 4 pesquisas em distrofia muscular. Na primeira os autores descrevem a melhora da força e da fadiga muscular em camundongos com distrofia muscular utilizando duas drogas: a IRFI 042, antioxidante, e a PDTC, um inibidor da NF-kB, uma proteína que causa degeneração muscular. Na segunda os pesquisadores encontraram um pequeno resultado com o transplante de células da medula óssea em camundongos com distrofia muscular (baixa expressão da distrofina nos músculos). Na terceira pesquisa os autores encontraram déficits de linguagem em portadores de distrofia muscular de Duchenne (déficit em compressão de sintaxe e gramática, sem dificuldade de leitura). Na quarta pesquisa os autores discutem as causas de insuficiência respiratória na distrofia miotônica (apnéia do sono, fraqueza muscular). Os trabalhos como foram apresentados no Congresso podem ser lidos aqui:

1) Effect of treatment with PDTC and IRFI 042 on strength and fatigue in MDX mice

S. Messina, P. Seminara, M. Aguennouz, M.C. Monici, H. Marini, F. Squadrito, G. Vita (Messina, I)

Previous studies provided evidences that generation of reactive oxygen species and activation of transcription factor NF-kB may play important roles in the pathogenesis of Duchenne muscular dystrophy. We tested whether IRFI 042, a vitamin E-like antioxidant, and PDTC, a NF-kB inhibitor, could have an effect on muscle weakness in mdx mice. We treated 48 5/6-week old mdx and wild type mice with intraperitoneal injections of PDTC (50 mg/kg), IRFI 042 (20 mg/kg), or vehicle, three times a week for five weeks. Data regarding weight, survival and forelimb strength and fatigue were collected. Motor performance measurements were carried out using a grip meter attached to a force transducer which measures peak force generated. Mdx mice treated with IRFI 042 or PDTC showed at the end of treatment a significantly higher forelimb strength than vehicle controls (IRFI 042: +53.6%, p<0.001; PDTC: +53.1%, p<0.05) as well as higher strength normalised to weight (IRFI 042: +57.8%, p<0.001; PDTC: +54%, p<0.05). Furthermore PDTC-treated mdx mice had significantly less fatigue than vehicle animals (-120%, p<0.004).

Our results suggest that PDTC and IRFI 042 might have a beneficial effect on weakness and fatigue in mdx mice. Further studies are needed to investigate the morphological and biochemical substrates of such encouraging preliminary results.

2) Bone marrow transplantation poorly restores dystrophin expression in MDX mice: comparison of GFP and dystrophin expression

F. Chretien, P.A. Dreyfus, P. Caramelle, B. Chazaud, R.K. Gherardi (Créteil, F)

We have previously developed a murine model of bone marrow (BM) transplantation from B6-TgGFP transgenic mice to normal irradiated B6 mice, the cytoplasmic green fluorescent protein (GFP) being used as an unambiguous marker of donor-derived cells in host muscle. Using this model we were able to demonstrate that stem cell marker-expressing cells found in connective tissue and myogenic precursor cells (satellite cells) may be derived from bone-marrow in adulthood. To investigate the therapeutic potential of BM transplantation in muscle diseases such as dystrophinopathies, we compared the results obtained in C57Bl6 (B6) mice and mdx mice, a model for Duchenne muscular dystrophy in which muscle regeneration is dramatically increased. In mdx muscle compared to B6 muscle, we observed numerous GFP+ mononucleated cells corresponding to macrophages and numerous necrotic fibers filled by GFP+ macrophages and myoblasts. The number of GFP+ satellite cells number was similar in mdx and B6 mice 6 months post transplantation. However, GFP+ muscle fibers were more numerous in mdx mice. They were from month 1 post transplantation, a time point showing no GFP+ fiber in B6 mice. Six months post transplantation, 4 fold more GFP+ muscle fibers were found in mdx mice compared to B6 mice.
In contrast, dystrophin expression was only mildly increased (0,65% at month 6) and colocalizations between GFP and dystrophin was rarely found on serial cross sections. We conclude that the nuclear domain of dystrophin is probably much shorter than that of GFP.

3) Language disorders in Duchenne's muscular dystrophy

F. Civati, M. Guglieri, M.G. D' Angelo, A. Tavano, F. Fabbro, M.L. Lorusso, M. Sironi, A.C. Turconi, G.P. Comi, N. Bresolin (Bosisio Parini, San Vito, Milan, I)

Background: Duchenne Muscular Dystrophy (DMD) is a fatal recessive x-linked muscular disease caused by the absence of dystrophin. Dystrophin isoforms are also expressed in the cerebral neocortex and in the cerebellum. Cognitive impairment is described in 1/3 of DMD patients, particularly in patients carrying deletions in the distal part of the gene. Difficulties in verbal skills and reading abilities are more frequently described in English speaking patients. According to the literature children with DMD show linguistic deficits already in the early phases of language development which mainly consist of poor expressive verbal abilities and deficits in short-term memory. These observations suggest that in some cases dystrophinopathy may be associated to language disorders. Preliminary results in our group of Italian speaking children showed deficit in Grammatical and Syntax Comprehension.
Aims of the study are:
1) to describe the language and reading ability in a group of italian DMD children
2) to clarify the nature of the language and reading deficits
Patients: 13 children with DMD (mean age 8,3 years; standard deviation 1,7) were diagnosed according to international standard criteria. Full Intelligence Quotient(assessed using Wechsler Intelligence Scale) was >70.
Methods: Language and Reading abilities were determined through: “Test dello sviluppo Morfosintattico”, Battery of standardized tests, Battery to evaluate Dyslexia and Dysortography and Tasks of correctness and rapidity. To exclude additional cognitive deficits we evaluated attention/executive functions domain and memory and learning domain thought a Developmental Neuropsychological Assessment (NEPSY particularly: Auditory attention and response set - Visual attention - List learning - Memory for names).
Results: 8 patients out of 13 showed deficit in Syntax Comprehension. 7 patients out of 13 manifested deficits in Grammatical Comprehension. No DMD patients (except one) presented disabilities in reading. Most of the patients showed mild attention and memory deficits.
Discussion: An early identification of the language and eventually attention/memory difficulties, would be important for an early treatment, to support DMD children in their learning course.

4) Sleep apnoea does not simply attribute to respiratory failure in myotonic dystrophy: evaluation by somnography

H. Takada, S. Kon (Namioka, JP)


Sleep apnoea and hypopnoea have been reported in myotonic dystrophy (MD), but it is unclear whether those are simply attributable to respiratory impairment as well as respiratory muscle weakness. The aim of this study was to assess the correlation of the disrupted nocturnal sleep and awake respiratory function, and to deduce a mechanism of respiratory failure in MD. The study population comprised eighteen patients with MD and seventeen patients with other types of muscular dystrophy for a control group. Patients in the control group were chosen to represent a similar range of the results of routine spirometry examination, particularly the expected/observed forced vital capacity (%VC). Arterial blood gases were also examined early in the morning. Sleep apnoea and hypopnoea were evaluated in all patients using somnography (Sleep Tester LT-200, Fukuda Denshi Co., Japan). The number of apnoea and hyponoea during night (NA) was counted and types of apnoea were judged; the percentage of central type apnoea (%CSA) and obstructive apnoea (%OSA) among total apnoea. Transcutaneous recording of oxygen saturation during night were simultaneously performed. The mean nadir and minimal value of oxygen saturation were obtained. The apnoea index (AI) and the nocturnal hypoxia index (NHI) were calculated. The mean age of the MD group was significantly younger than that of the control group (42.9 +/- 11.7 vs. 51.6 +/- 12.8 years). There was no significant difference in the %VC between the two groups (63.0 +/- 15.4 vs. 65.7 +/- 23.4). The mean PaO2 in MD was significantly lower and the mean PaCO2 in MD was higher than those in the control (78.8 +/- 13.2 vs. 94.1 +/- 10.9 mmHg, 49.1 +/- 3.9 vs. 40.3 +/- 4.9 mmHg). The mean nadir (94.7 +/- 1.6 vs. 96.9 +/- 0.7 mm Hg) and minimal value (73.0 +/- 15.9 vs. 85.6 +/- 7.5 mm Hg) of oxygen saturation in MD were significantly lower than those in the control. The mean NHI in MD was significantly higher than that in the control (96.1 +/- 45.3 vs. 36.0 +/- 16.7). On the other hand, there were not significant differences in the NA, the %CSA, the %OSA, or the AI between the two groups. Moreover, all the parameters for apnoea did not correlate with the results of spirometry or arterial blood gases, although the AI correlated with the NHI or the %CSA in MD. Our results suggest that respiratory failure in MD is not simply owing to sleep apnoea or respiratory muscle weakness, but might be due to impaired chemosensitivity or ventiratory output. 

França - arritmias cardíacas são raras em pacientes jovens com distrofia miotônica do tipo 1. Os autores encontraram neste estudo arritmias cardíacas em 11 pacientes com idade entre 10 e 18 anos. As taquiarritmias são mais frequentes do que as alterações do sistema de condução do coração. Como o exercício é desencadeante de arritmias os autores sugerem que testes cardiológicos ao esforço sejam realizados em jovens com distrofia miotônica do tipo 1.

Japão - neste estudo 29 pessoas, 14 com distrofia miotônica, 7 com fáscio-escápulo-umeral, 2 com distrofia tipo cinturas e 6 voluntários não portadores de distrofia muscular foram estudados, sendo que 27 completaram o estudo. Todos receberam creatina na dose de 20g por dia na primeira semana e 5g/dia nas sete semanas seguintes. Melhora subjetiva foi observada em 20 pacientes. Dez apresentaram efeitos colaterais leves. Aforça muscular aumentou pouco, não significativamente e o número de pacientes que não conseguiram completar o teste de esforço reduziu com a medicação. Outras alterações na função cardíaca ou laboratorial foi observada.

Holanda - trata-se de um artigo de revisão sobre todos os estudos bem realizados tentando demonstrar os efeitos do treinamento de força e exercícios aeróbios nas doenças musculares. Os autores só encontraram dois estudos bem feitos, um com distrofia muscular miotônica e outro com distrofia fáscio-escápulo-umeral. Os autores não observaram alterações com os exercícios e treinamento mas os estudos são insuficientes para uma conclusão definitiva.

São Paulo - "Pesquisa concluída em 2004 como tese de doutorado da fisioterapeuta Márcia Cristina Bauer Cunha, que uniu exercícios aquáticos à administração de uma dose mínima do anabolizante oxandrolona em pacientes com doenças neuromusculares progressivas, comprovou a eficácia da combinação. Como resultado, verificou-se que, com a regularidade nos exercícios, a doença ficou estável. Também foi observada a melhora considerável na força muscular.
Entre 2002 e 2004, a pesquisa avaliou a evolução de 33 pacientes (21 homens e 12 mulheres) que realizaram quatro etapas do estudo: exercícios aquáticos duas vezes por semana com carga variando entre 0,5 kg e 1,0 kg, em sessões de 45 minutos; aplicação do esteróide anabolizante oxandrolona na dosagem de 0,1mg/kg/dia; exercícios aquáticos e a administração de oxandrolona; e apenas fisioterapia.
O acompanhamento médico ficou sob responsabilidade do orientador da tese, Acary Souza Bulle Oliveira, chefe do setor Neuromuscular da Unifesp, que aplicou o esteróide oxandrolona, visando auxiliar na melhora ou manutenção da força muscular adquirida.
De acordo com Acary, foram ministradas quantidades mínimas de 0,1mg/kg/dia, aprovadas pela literatura médica e consideradas não-nocivas à saúde. Foram realizados exames contínuos nos 33 pacientes e nenhum efeito adverso foi diagnosticado. “Usamos a quantidade que não apresentaria risco aos pacientes. Mesmo assim, fizemos testes de acompanhamento e pausas de um mês entre as aplicações”, afirma o orientador.

Perfil dos estudados
Esses pacientes, todos adultos, mesmo sujeitos à progressão da doença, têm uma vida independente. Conseguem caminhar, pentear o cabelo e comer sozinhos, mas sofrem com fraqueza muscular, dificuldades de sentar, levantar e subir em ônibus. “A idéia da pesquisa era tentar promover a manutenção ou melhora da força muscular, auxiliando nas suas atividades de vida diária, como higiene, vestuário e alimentação, melhorando assim a qualidade de vida desses pacientes”, explica a fisioterapeuta Márcia Cunha.

O grupo de doenças analisadas incluiu atrofia muscular espinhal tipo III (doença que cursa com lesão do corno anterior da medula e que causa perda muscular com o tempo) e vários tipos de distrofias musculares (distrofia de Becker, distrofia cintura-membro, distrofia facioescapuloumeral, distrofia miotônica e miopatia distal), que afetam apenas os músculos, mas que causam perda progressiva da força.

Outra preocupação de Márcia foi estimular, durante as sessões de exercício, os músculos respiratórios. “Como são doenças progressivas, em algum momento esse grupo muscular será atingido. Por isso, também trabalhamos os movimentos respiratórios, para fortificá-los”.

Suécia - neste trabalho, que brevemente será publicado na revista neuromuscular disorders, foram estudados 46 pacientes com DM-1, 31 pacientes normais e 37 portadores de outras formas de distrofia. Distúrbios de personalidade foram encontrados em 20% dos pacientes com DM-1, maior que as alterações nos normais e nos portadores de outras formas de distrofia. Não há relação entre a repetição de nucleotídeos e as alterações de personalidade. O resumo em inglês do trabalho está a seguir:

Temperament and character in patients with classical myotonic dystrophy type 1 (DM-1)

S. Winblad, C. Lindberg, S. Hansen Sweden

Abstract

This study was designed to investigate personality in classical Myotonic Dystrophy (DM-1). Forty-six patients with DM-1 (25 women and 21 men), 31 healthy controls and 37 subjects in a contrast group, consisting of patients with other muscle disorders (spinal muscular atrophy, facioscapulohumeral dystrophy and limb girdle muscular dystrophy), completed the Temperament and Character Inventory (TCI) (Cloninger, 1994). We aimed to establish whether CTG triplet repeat size correlated with ratings of personality dimensions in the TCI. The DM-1 patients scored significantly higher on the TCI dimension Harm avoidance and lower on Persistence, Self-directedness and Cooperativeness. Signs of a personality disorder were found in 20% of the DM-1 patients. No correlation was found between the number of CTG repeats and scores in the TCI. This study indicates deviant personality in classical DM-1 regarding temperament and character, both in comparison to healthy controls and to patients with other muscle disorders with no known brain disorder.

Canadá -  fraqueza da musculatura orofaríngea em pacientes com distrofia muscular pode ocasionar uma nutrição deficiente. Pacientes com distrofia miotônica do tipo 1 podem apresentar déficit nutricional maior por apresentar alteração da motilidade do aparelho digestório. Vonte e nove pacientes com distrofia miotônica do tipo 1 foram comparados com 22 pacientes com outras formas de distrofia, em duas ocasiões com intervalo de 6 meses. A força do aperto de mão foi significantemente menor e a extensão do joelho maior em portador de distrofia miotônica, sem diferenças nutricionais entre os grupos. Muitos pacientes apresentaram déficits nutricionais em proteínas, energia, vitaminas e minerais (cálcio e magnésio). Significativas alterações de força foram relacionadas a déficits de nutrientes específicos como o cobre e vitaminas lipossolúveis. Este estudo demonstra que a nutrição de portadores de distrofia muscular não é a ideal ou a recomendada. Esta deficiência pode ser um complicador da progressiva piora da força muscular.

USA - o Congresso da ATS (Sociedade Americana de Tórax) é o mais importante congresso de pneumologia; neste congresso serão apresentados 8 artigos sobre distrofia muscular. Há três artigos sobre a função respiratória e apnéia do sono em portadores de distrofia miotônica, um artigo sobre a capacidade respiratória em operados de cirurgia de coluna, um sobre a qualidade de vida em pacientes com assistência ventilatória e estudos experimentais. O número de pesquisadores que se dedicam a estudar os problemas respiratórios em portadores de distrofia muscular é muito baixo.

Suécia  - portadores de distrofia miotônica apresentam fraqueza e miotonia das mãos; os autores estudaram 5 pacientes com distrofia miotônica do tipo 1 que foram submetidos a treinamento das mãos. O treinamento foi feito três vezes por semana, por três meses. Os resultados demonstraram um aumento significante na função das mãos e no desempenho ocupacional. Este estudo foi realizado em poucos pacientes e precisa ser avaliado em um número maior de pacientes.

Itália - Stress oxidativo é uma forma de agressão das células por radicais de oxigênio. Neste estudo os pesquisadores procuraram medir os marcadores do stress oxidativo em 36 pacientes com distrofia miotônica do tipo 1. A análise de amostras sanguíneas destes pacientes demonstrou uma grande elevação dos mediadores do stress oxidativo demonstrando que esta é uma das formas envolvidas na lesão dos músculos nos pacientes com distrofia miotônica e permitindo inferir que o bloqueio deste stress pode ser uma forma de retardar a evolução da doença.

Canadá - pesquisadores do Canadá deram um importante passo na pesquisa de uma terapia definitiva da distrofia miotônica. Camundongos portadores do gene humano da distrofia miotônica foram submetidos a terapia gênica com o objetivo de neutralizar a doença. Os resultados foram apresentados na 5a Conferência Internacional de Distrofia Miotônica, em Quebec no Canadá. A distrofia miotônica também conhecida como doença de Steinert  é a forma de distrofia mais frequente em adultos com incidência de 1 para 10000 na maioria dos países. Em algumas regiões a inicdência pode ser 20 vezes maior (1 em cada 500 pessoas).

Canadá - no Congresso sobre Distrofia Miotônica realizado no Canadá foi divulgado o resultado de uma pesquisa sobre o uso de mexiletina para tratamento de um sintoma da distrofia miotônica: a dificuldade de relaxar após um aperto de mão; o uso da droga 3 vezes ao dia na dose de 150 a 200 mg foi considerado eficiente. A mexiletina originariamente é utilizada para tratamento de arritmias cardíacas e portanto seu uso somente pode ser realizado com orientação e supervisão médica.

USA - a Insmed e a Escola de Medicina da Universidade de Rochester anunciaram esta semana que iniciarão pesquisas com o iPlex, um produto que libera IGF-1 lentamente na circulação sanguínea. Ele é aplicado por injeção subcutânea uma vez ao dia. Portadores desta forma de distrofia tem alteração do receptor da insulina e o Igf-1 pode corrigir este problema. Além do que o Igf-1 pode aumentar a força muscular como demonstrado em estudos experimentais.

Inglaterra - o objetivo do estudo foi avaliar o risco de queda em portadores de distrofia miotônica do tipo 1. Apesar de menos ativos os pacientes com distrofia miotônica comparados com pessoas não portadoras de distrofia apresentaram 10 vezes mais quedas quedas e tropeços. Este fato por si só justifica um maior cuidado durante as atividades e um estudo futuro de medidas para prevenir quedas nestes pacientes.

Itália - nesta revisão os autores relatam as manifestações do aparelho digestório dos portadores de distrofia miotônica. As manifestações digestivas podem ser de vários tipos desde dificuldade para engolir, queimação no estômago, até alterações intestinais. Os sintomas digestórios podem preceder os sintomas musculares e não há relação entre os sintomas do aparelho digestório ea intensidade das alterações musculares. O importante é que estes sintomas podem ser tratados da mesma forma que são tratados nas pessoas que não tem distrofia.

Japão -  51 pacientes com distrofia miotônica sonda foram estudados, sendo que 13 receberam alimentação por sonda. Os pacientes que receberam sonda tinham idade mais elevada. Não há um acompanhamento dos resultados por um tempo muito prolongado, apesar dos autores concluírem que os resultados foram bons.

USA - neste estudo os pesquisadores analisaram os resultados dos exames laboratoriais de pacientes com distrofia miotônica do tipo 1 que ainda deambulavam no período de 1975 a 2005. Dos exames analisados 16,4% estavam fora dos valores de referência. Exames como a hemoglobina glicada, hormônios hipofisários e exame de função hepática estavam entre os mais frequentemente alterados. Considerando que a distrofia miotônica é a forma de distrofia que mais apresenta manifestações extra-musculares este resultado seria muito esperado. Este estudo demonstra que os portadores de distrofia miotônica necessitam de acompanhamento clínico além do acompanhamento da própria doença.

Holanda - o modafinil reduz a sonolência em portadores de distrofia miotônica e o objetivo deste estudo era avaliar o efeito da droga sobre a atividade de 13 pacientes com distrofia miotônica. O estudo confirmou que o modafinil reduz a sonolência mas não aumenta a atividade física em portadores da distrofia miotônica

Reino Unido - fraqueza dos músculos respiratórios é comum na distrofia miotônica; os autores realizaram polissonografia e oximetria noturna relacionando com a função respiratória diurna em 25 pacientes com distroia miotônica. Cansaço e sonolência eram os sintomas mais comuns. Alterações do sono foram identificadas em 36% dos pacientes. A capacidade vital foi normal em 33% dos pacientes com alterações do sono, demonstrando que a avaliação do sono também é importante nesta forma de distrofia muscular. O resumo em inglês do artigo pode ser lido abaixo:

(Chronic Respiratory Disease, Vol. 4, No. 1, 15-18 (2007)) Assessment of sleep studies in myotonic dystrophy

S P Kumar, D Sword, R KH Petty, S W Banham, K R Patel - UK

Myotonic dystrophy (MD) is the commonest adult muscular dystrophy and is associated with respiratory muscle weakness. The role of screening sleep studies is unclear in MD. We prospectively evaluated polysomnography/overnight oximetry in a group of MD patients and related this to the daytime respiratory function in an attempt to evaluate the usefulness of screening sleep studies. Twenty-five patients with type I MD [15 males; mean age (SD) 40.0 (10.9) years] who had at least one symptom suggestive of nocturnal hypoventilation were included in the study. We performed spirometry, maximal inspiratory and expiratory mouth pressures, sniff nasal inspiratory pressure, arterial blood gases and polysomnography or overnight oximetry. Excessive tiredness and sleepiness were the most common presenting symptoms. Prevalence of sleep related breathing disorder (SRBD) was 36%. FVC was found to be normal in 33% of subjects with significant SRBD. Mouth pressures were reduced more than FVC, even in patients with normal overnight oxygen saturation. Of all the daytime measures, FVC correlated best with arterial carbon dioxide tension (r = -0.7). Sleep studies were useful to identify a small group of myotonic dystrophy patients (12%, three out of 25 in our series) with SRBD that would have been missed with routine daytime assessments. Targeted sleep monitoring in patients who are older, with multiple symptoms suggestive of SRBD, especially if they are over-weight seems to be the best way to utilize the existing resources. Home unattended oximetry was well tolerated and offers a practical screening tool in this challenging patient group where excess daytime sleepiness is often due to causes other than SRBD.

 

 

 

 

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