Estudo demonstra efeito a longo prazo da corticoterapia em Distrofia Muscular de Duchenne
Estudo canadense relata os efeitos a longo prazo do deflazacort, um tipo de corticóide, na força muscular e nos efeitos colaterais, em portadores de Duchenne. Os autores concluem que o deflazacort pode preservar a força e a função pulmonar nos portadores deste tipo de distrofia.
Prednisona no tratamento da distrofia de Becker (8/12/01) (dica de Luis Cordero Viquez, da Costa Rica)
Texas - neste trabalho se descreve o resultado do uso de prednisona, uma forma de corticóide, em dois portadores de distrofia de Becker com resultados muito significativos no aumento da força muscular. Temos no site alguns trabalhos que descrevem o uso de corticóides em diferentes formas de distrofia e este estudo com apenas dois pacientes vem confirmar os outros estudos.
INÉDITO - Resumos do 54o Congresso Americano de Neurologia (30/03/2002)
Denver (USA) - no período de 14 a 20 de abril de 2002 realizar-se-á em Denver o Congresso da Academia Americana de Neurologia, o mais conceituado encontro de neurologistas dos USA. Dos 1541 artigos selecionei os que se relacionam a distrofia muscular, sendo vários abordam a terapia gênica das distrofias, alguns sobre o acompanhamento clínico (corticóides, função pulmonar), genética, etc. Para ler os resumos em inglês clique aqui.
Inglaterra - Apesar dos inúmeros trabalhos demonstrando os benefícios dos corticóides na distrofia muscular de Duchenne muitos profissionais e pais ainda manifestam surpresa ou temor com seu uso na distrofia. Neste trabalho foi relatado o uso de corticóide em dois meninos com quatro anos de idade. No primeiro caso houve remissão dos sintomas por 5 anos (tempo de acompanhamento até o momento); no segundo caso o resultado também foi positivo por 5 anos mas com perda da deambulação com 10 anos. O estudo mostrou também que o esquema utilizado (prednisolona - por 10 dias ao mês ou utilizado por 10 dias e com 10 dias de descanso) se mostrou eficiente sem sinais de efeitos colaterais. Apesar de ser um relato de apenas dois pacientes este trabalho poderá ser o início de uma nova abordagem no tratamento da distrofia, com a instituição de terapia medicamentosa ainda na fase assintomática da doença. Se quiser ler mais sobre corticóides clique aqui.
IMPORTANTE - Reavaliação do uso dos corticóides na Distrofia Muscular de Duchenne (25/05/2002)
USA - apesar de não
existir um tratamento definitivo para as distrofias musculares, muitos
tratamentos tem sido utilizados, mesmo sem uma comprovação de sua eficiência.
Os profissionais de saúde procuram sempre encontrar as melhores evidências de
que um tratamento é realmente eficaz. Uma das maneiras de tentar chegar a esta
certeza sobre um tratamento é analisar todos os trabalhos publicados sobre o
assunto e pela análise do conjunto dos resultados concluir sobre os benefícios
das medidas adotadas. Foi o que foi feito neste estudo com os corticóides. Os
autores concluem que o uso da prednisona ou deflazacort acompanhado de uma dieta
rigorosa e de monitorização dos efeitos colaterais é o melhor tratamento a
ser utilizado para preservar a função muscular até que um tratamento
definitivo possa chegar.
USA - camundongos com deficiência de laminina alfa 2 são utilizados como modelo experimental de distrofia congênita severa; os pesquisadores criaram camundongos deficientes em complemento e laminina alfa 2. O complemento é um conjunto de frações proteicas ativadas em processos inflamatórios e seu depósito tem sido observado em biópsias musculares de distrofia muscular. Os animais com esta dupla deficiência apresentaram aumento da força muscular e da sobrevida quando tratados com uma forma de corticóide, a prednisolona. Como a atividade do complemento pode ser manipulada farmacologicamente este trabalho pode ter implicações futuras na terapia farmacológica da distrofia muscular congênita.
Efetividade do uso de corticóide em baixa dosagem, intermitente, precocemente na Distrofia Muscular de Duchenne (11/06/2002)
(An effective, low-dosage, intermittent schedule of prednisolone in the long-term treatment of early cases of Duchenne dystrophy
Maria Kinalia, Eugenio Mercuria, Marion Mainb, Francesco Muntonia, Victor Dubowitz)
Inglaterra - este grupo tem publicado vários estudos sobre o uso do corticóide precocemente na Distrofia Muscular de Duchenne, com resultados muito significativos. Neste trabalho que será publicado em um dos próximos números da Revista Neuromuscular Disorders, 4 portadores de Duchenne foram tratados no início dos sintomas por pelo menos 30 meses com prednisolona, uma forma de corticóide. Todos apresentaram melhora da força muscular. Em três houve remissão total dos sintomas da distrofia. Nestes pacientes os autores não observaram efeitos colaterais significativos. Em conclusão há uma forte tendência destes pesquisadores em iniciar precocemente a utilização dos corticóides.
(Glucocorticoid-mediated regulation of utrophin levels in human muscle fibers
Isabelle Courdier-Fruh, Lee Barman, Alexandre Briguet, Thomas Meier)
Suiça - Muitos trabalhos tem sido feitos para explicar o mecanismo de ação dos corticóides na distrofia muscular. Neste estudo (que será publicado em breve na Revista Neuromuscular Disorders) os autores encontraram, após 5 a 7 dias de metilprednisolona, aumento da utrofina nos miotubos das amostras de biópsia muscular. Os níveis de de mRNA utrofina, no entanto, permaneceram estáveis. Provavelmente os efeitos do corticóides na utrofina podem decorrer de mecanismo pós-transcrição.
Estudos em andamento realizados pelo Grupo Cooperativo Internacional de Pesquisa Neuromuscular (11/06/02)
(Collaborative translational research leading to multicenter clinical trials in Duchenne muscular dystrophy: the Cooperative International Neuromuscular Research Group (CINRG)
Diana M. Escolar*, Erik K. Henricson, Livia Pasquali, Ksenija Gorni, Eric Hoffman)
USA - O Grupo Cooperativo Internacional de Pesquisa Neuromuscular foi formado em 1999 congregando grandes grupos de pesquisa para otimizar os recursos e acelerar as pesquisas visando a cura da distrofia muscular. Neste artigo a ser publicado num dos próximos números da Revista Neuromuscular Disorders serão divulgadas as linhas de pesquisas experimentais (camundongos e cães) e as pesquisas em serem humanos que já estão em andamento ou em projeto. As pesquisas em humanos são as seguintes:
Estudo em coleta de dados: estudo controlado com creatina e glutamina em portadores de Duchenne (sem corticóide)
Estudo em fase de seleção de participantes:
- coenzima Q10 em pacientes com Duchenne em uso de corticóides
- uso da oxotamida em pacientes com Duchenne em uso de corticóides
Estudos em fase de planejamento:
- estudo controlado com doses diárias ou altas doses semanais de corticóides em Duchenne
- estudo controlado da carnitina, taurina e ácido nicotínico em portadores de Duchenne sem corticóides
- estudo controlado da pentoxifilina em portadores de Duchenne sem corticóides
Canadá - os autores deste trabalho de revisão colocam toda sua experiência na descrição dos conhecimentos atuais da doença, os tratamentos e as pesquisas em andamento. Um dos aspectos mais importantes do trabalho fala do papel do corticóide no tratamento da doença. Um resumo destas informações está a seguir:
"Os trabalhos com o uso dos corticóides tem demonstrado um aumento da força muscular e um retardo na evolução natural e conhecida de fraqueza muscular. Em estudos de curto prazo, o deflazacort e a prednisona são efetivamente equivalentes na preservação da função muscular. Os estudos iniciais demonstraram que o deflazacort tem menos efeitos colaterais que a prednisona. Em um estudo de Biggar as crianças que usaram deflazacort por longo tempo conseguiram subir escadas e andar independentemente por mais tempo que as que não recebiam tratamento. Aproximadamente 90% dos meninos com Duchenne requerem cirurgia para corrigir a escoliose 2 a 3 anos após se tornar dependentes da cadeira de rodas. Nenhum dos meninos que usaram deflazacort necessitaram de cirurgia de coluna na experiência do autor. Este achado sugere que a necessidade de cirurgia de coluna possa ser retardada mas outros estudos deverão determinar quanto tempo este benefício irá permanecer. A preocupação é de que a cirurgia pode ser necessária mais posteriormente com o paciente apresentando mais osteoporose. O impacto positivo do uso dos corticóides também é sentido na função respiratória. A capacidade respiratória se reduz entre 5 e 10% ao ano após os 12 anos. Na experiência do autor os pacientes tratados com deflazacort não tiveram declínio da capacidade respiratória. Os benefícios do deflazacort supera os efeitos colaterais. Os maiores benefícios são prolongamento da deambulação, manutenção da função funcional dos membros superiores, aumento da capacidade pulmonar e retardo da necessidade de cirurgia da coluna. O efeito colateral mais frequente é o ganho de peso"
Corticóides: dos estudos clínicos para a pesquisa genética (23/11/02)
Inglaterra - na opinião destes pesquisadores os corticóides são a unica forma de tratamento paliativo com medicações na distrofia muscular de Duchenne. Muitos médicos não o utilizam por receio dos efeitos colaterais. Não se comprovou claramente como atua o corticóide na doença e por isto eles iniciaram uma pesquisa para identificar os possíveis mecanismos envolvidos como a melhora ( estudos genéticos) e tentar evidenciar alguma outra forma de tratamento que tenha o mesmo resultado e com menos efeitos colaterais. O artigo publicado na Revista Neuromuscular Disorders tem o seguinte resumo original:
Steroids in Duchenne muscular dystrophy: from clinical trials to genomic research
Francesco Muntonia,*, Ivan Fishera,b,c, Jennifer E. Morganb, David Abrahamc
Abstract
Steroids represent the only pharmacological palliative treatment for Duchenne muscular dystrophy. However, they do have side effects and despite a large number of published studies showing their efficacy, they are still not universally used. This is largely due to the lack of functional outcome and quality of life measures in most of the published studies and suggests that further trials might be required to answer some of the still unclear aspects of their role. Another important aspect of steroid therapy in Duchenne dystrophy is that we do not know how they work in dystrophic muscle. We have initiated a collaborative study on gene profiling using microarray in steroid-treated mdx mice. cDNA microarray studies were performed to examine the levels of skeletal muscle gene expression in a pool of mdx mice treated with prednisolone for 1 and 6 weeks. Interesting preliminary data on untreated mdx mice suggest that the gene profiling of young (7 weeks) versus older (12 weeks) mice is very significantly different. Furthermore, a large number of genes showed significant changes in expression at the mRNA level on treatment with prednisolone. These included structural protein genes; signalling genes and genes involved in immune response. Hopefully, analysis of this pattern of steroid-induced gene expression will provide some insight into understanding how glucocorticoids improve strength in Duchenne dystrophy, and may help in developing more effective and less toxic therapeutic approaches.
USA - o uso dos corticóides é o mais efetivo tratamento na distrofia muscular de Duchenne. O uso de corticóides diariamente causa maior incidência de efeitos colaterais. Vários esquemas tem sido testados para manter os bons resultados e diminuir os efeitos colaterais. Neste trabalho 20 meninos com distrofia muscular receberam prednisona duas vezes na semana em alta dose (5mg/Kg/dose). Os resultados demonstraram que neste esquema de tratamento houve aumento da força muscular após 6 a 12 meses de tratamento com poucos efeitos colaterais, mas sem retardar o aparecimento de contraturas musculares.
Resumo do artigo: doses diárias de prednisone aumenta a força muscular em meninos com distrofia muscular de Duchenne, mas os efeitos colaterais são universais. Nos usamos um esquema de tratamento com prednisona diferente para determinar se há melhora com poucos efeitos colaterais. Prednisona foi administrada sexta e sábado (5mg/Kg/dose). Esta dose é duas vezes maior que a dose diária habitualmente usada de prednisona (0,75mg/Kg/dia). Vinte meninos (8 + 1,2 anos) foram tratados. Os resultados foram comparados com 18 não tratados (6,1+1,2 anos) e a 4 (7,3+ 0,6 anos) que receberam dose diária de prednisona. Houve um aumento da força dos membros superiores em 95% dos meninos em 6 meses e em 100% nos membros inferiores. Após 6 meses 16 continuaram o tratamento por mais de doze meses (22 + 1,5 meses). Quinze mantiveram mais força do que antes do tratamento e oito tiveram aumento adicional da força muscular. Seis meninos prosseguem neste esquema de tratamento por mais de dois anos. Os resultados benéficos prosseguem ao longo de todo o tratamento, com resultados superiores aos que apresentavam no início do tratamento. Os testes funcionais melhoraram em meninos com menos de 8 anos sem contraturas. Três meninos que não apresentavam força no músculo da perna perderam a marcha em 6 meses. Outros 8 meninos perderam a marcha em 12 a 24 meses; nestes as contraturas se desenvolveram. O crescimento foi mantido em todos os pacientes. Não houve aumento do peso nos tratados com este esquema de tratamento. O uso de prednisona duas vezes por semana aumenta a força muscular por mais de 6 a 12 meses na maioria dos pacientes mas não retardou o aparecimento de contraturas. Efeitos benéficos podem ser observados por mais de 12 meses com poucos efeitos colaterais.
O resumo em inglês segue abaixo.
High dose weekly oral prednisone improves strength in boys with Duchenne muscular dystrophy NEW
Anne M. Connolly, Jeanine Schierbecker, Renee Renna, Julaine Florencea
Department of Neurology, Saint Louis Children’s Hospital, Washington University School of Medicine, Box 8111, 660 S. Euclid Avenue,63110 Saint Louis, MO, USA
Department of Pediatrics, Saint Louis Children’s Hospital, Washington University School of Medicine, Box 8111, 660 S. Euclid Avenue,63110 Saint Louis, MO, USA
Abstract
Daily prednisone improves strength in boys with Duchenne muscular dystrophy, but side effects are almost universal. We used a different dosing regimen of prednisone to determine if benefit to boys with Duchenne muscular dystrophy might be maintained with fewer side effects. Twice weekly oral prednisone was given each Friday and Saturday (5 mg/kg/dose). This total dose is twice as high as the daily low dosage prednisone regimen (0.75 mg/kg/day). Twenty boys (8.0 ^ 1.2 years) were treated. Historical control groups included 18 untreated boys (6.1 ^ 1.6 years) and four boys (7.3 ^ 0.6 years) treated with daily prednisone. Strength (using a hand-held manometer and grip meter) and timed functional testing were measured. There was an improvement in upper extremity strength for 95% of boys (n ¼ 20) at 6 months using quantitative strength testing. Improvement in lower extremity strength occurred in all boys with antigravity quadriceps strength (17/17). The improvement (P ¼ 0:001 for proximal upper extremities; P ¼ 0:002 for grip; and P , 0:0001 for proximal lower extremities) was significant compared to untreated boys. Sixteen boys were treated continuously for more than 12 months (22 ^ 1.5 months). Of these, 15 remained significantly stronger than prior to treatment and 8/16 showed additional gains in strength after six months of treatment. Six boys were on the weekly prednisolone 2 years or longer without interruption. All six had upper and lower extremity strength at follow-up that was as good or better than at baseline. Functional testing improved in boys less than 8 years without contractures. Three boys without antigravity quadriceps strength at the start of treatment lost the ability to walk unassisted within 6 months. Eight other boys lost the ability to ambulate unassisted between 12 and 24 months of treatment. In each, progressive contractures developed. Linear growth was maintained in all boys on weekly treatment. Obesity rates did not differ from untreated boys. Twice weekly prednisone improved strength over 6–12 months in the majority of boys, but did not slow contracture development. Sustained benefit beyond 12 months is possible with fewer side effects compared to daily prednisone.
Espanha - os médicos da Espanha compararam os resultados de dois grupos de pacientes com Duchenne: 10 receberam deflazacort, um tipo de corticóide e 10 que recusaram o tratamento. Os que receberam deflazacort mostraram uma estabilização da força e da performace funcional. Além disso, 70% apresentaram melhora do balanço muscular mas somente 2% apresentaram melhora funcional. Os efeitos positivos duraram em média 12 meses. Perda da marcha independente ocorreu em idade semelhante nos dois grupos. Na conclusão dos autores os corticóides produziram estabilização clínica e melhor força muscular. Melhora funcional e a perda da marcha não foi diferente nos que tomaram ou não corticóides provavelmente porque esta perda está melhor relacionada com as contraturas das articulações.
O artigo completo em espanhol está aqui.
Itália - o uso de corticóides na distrofia muscular está bem estabelecido cientificamente. Existem discussões sobre a melhor forma de administrar os corticóides, e o tipo de corticóide a ser empregado. Há cerca de um ano estão sendo divulgados estudos sobre o uso precoce de corticóides na distrofia muscular de Duchenne, as vezes antes do início dos sintomas. O objetivo deste estudo foi comparar o efeito da prednisona, uma forma de corticóide, em doses baixas e em dias alternados em 5 meninos com 2 a 4 anos com Duchenne. Os resultados foram comparados ao de meninos que não fizeram uso da medicação. Após 55 meses de tratamento as crianças apresentaram capacidade de subir escadas enquanto dois de 3 meninos que não receberam a medicação perderam esta capacidade. Os efeitos colaterais observados foram declínio no ritmo de crescimento e excessivo ganho de peso (em três pacientes com prednisona e em um que não fez uso de medicação). Pelo seu resultado efetivo em prolongar a função, mas não recuperar a função perdida, os autores deste estudo recomendam o uso de doses baixas de corticóides assim que o diagnóstico é feito.
Estudo das células de regeneração com a manipulação da óxido nítrico sintetase e com deflazacort (1/05/03)
Canadá - um estudo que será publicado na revista Neuromuscular Disorders avaliou em camundongos com distrofia muscular as células satélites, responsáveis pela regeneração muscular. Os pesquisadores observaram que o aumento da enzima óxido nítrico sintetase aumenta a velocidade e a capacidade de regeneração das células satélites. Drogas que aumentem esta atividade podem potenciar o efeito dos corticóides.
Correlated
NOS-I
Judy
E. Anderson,
Cinthya Vargas
Department of Human Anatomy and Cell Science, Faculty of Medicine, University of
Manitoba, 730 William Avenue, Winnipeg, MB, Canada
Satellite
cells, muscle precursor cells in skeletal muscle, are normally quiescent and
become activated by disease or injury. A lack of dystrophin and changes in the
expression or activity of neuronal nitric oxide synthase (NOS-I) affect the
timing of activation in vivo. Nitric oxide synthase inhibition delays muscle
repair in normal mice, and worsens muscular dystrophy in the mdx mouse, a
genetic homologue of Duchenne muscular dystrophy. However, the potential role of
activation and repair events mediated by nitric oxide in determining the outcome
of steroid or other treatments for muscular dystrophy is not clear. We tested
the hypothesis that the extent of repair in dystrophic muscles of mdx
mice is partly dependent on NOS-I
Resumos que serão apresentados no Congresso de Neurociências (18/10/03)
USA - O Encontro Anual da Sociedade de Neurociências será realizado de 8 a 12 de novembro de 2003, em New Orleans. Deste encontro selecionei três artigos relacionados com a distropia muscular: o mais importante é relacionado com a terapia gênica e foi realizado na China. Neste estudo os camundongos com distrofia muscular foram submetidos a transplante de células tronco da medula óssea. Os animais foram submetidos a radioterapia antes do tratamento. Após três meses do tratamento 10% dos animais apresentavam expressão da distrofina. Houve melhora da força muscular nos animais tratados e aumento da sobrevida em relação aos animais do grupo controle. No segundo artigo os autores demonstraram o aumento da expressão do receptor da transferrina em fibras de regeneração em pacientes com distrofia muscular. Este receptor esta relacionado a entrada do ferro e pode indicar um papel deste elemento no retardo da deterioração muscular. O terceiro artigo estuda o efeito dos corticóides na distrofia muscular experimental, tentando entender como esta droga atua.
1) C. Zhang, S. Chen, Y. Xie, W. Huang, S. Li, W. Zhang, Q. Li, X. Liu. THERAPEUTIC EFFECT OF DUCHENNE MUSCULAR DYSTROPHY MICE WITH BONE MARROW STEM CELLS TRANSPLANTATION. Program No. 413.9. 2003
Objective:
To investigate the locomotive function, electronic physiology changes, and
expression of dystrophin in Duchenne muscular dystrophy mice(mdx and dko) with
bone marrow stem cells transplantation.
Methods: The bone marrow stem cells of C57BL/6
Results: Three month after bone marrow stem cells transplanting, we find that
(1) there were more than 10% of muscle cells expression dystrophin protein in
each transplanted mice(mdx and dko); (2) the electromyography showed almost
normal waves in the transplantation mdx mice and dko mice; (3)the locomotive
function improved obviously in transplantation dko mice; (4)the life span of the
transplantation dko mice were more than 200 days( the life span of control of
dko mice were less than 140 days).
Conclusions: Allogenic bone marrow stem cells transplantation can improve the
electromyographic items, dystrophin expression in muscles of mdx and dko mice.
Further more, the stem cell transplantation can improve the locomotive function
and prolong the life span of dko mice.
2) Y. Zhu, B. Chen, H. Gong, J. Pan, W. Zhang. EXPRESSION OF TRANSFERRIN RECEPTOR IN DUCHENNE MUSCULAR DYSTROPHY TISSUES. Program No. 80.2. 2003
Duchenne
muscular dystrophy (DMD) is an X-linked, fatal disease caused by mutations of
the gene encoding the cytoskeletal protein dystrophin. Skeletal muscle of DMD
patients is characterized by an ongoing process of degeneration and
regeneration. Transferrin receptor (TfR, CD71), an integral membrane
glycoprotein, mediates cellular uptake of iron. In most tissues, TfR expression
is correlated positively with proliferation and regulated at the
post-transcriptional level. To determine if TfR is involved in muscular
regeneration in DMD patients, we examined the expression of TfR in muscle
samples of 42 patients with DMD, and 10 from normal volunteers.
Immunohistochemical staining of TfR was positive with variable intensity in
normal control and DMD patients. In normal control, TfR was faintly expressed on
the surface of muscle fibers. In DMD patients, strong TfR reaction was detected.
In some muscular fibers from DMD patients, TfR was found strongly expressed
inside the fibers. Further detection with Enzyme histochemistry and acridine
orange (AO) fluorescence techniques showed that these fibers with strong TfR
expression were regenerative IIc type fibers. The increase of TfR expression in
regenerative fibers suggests that the high uptake of iron may promote the
capacity of muscle regeneration and thus may delay the deterioration of DMD
patients.
3)
C.G. Carlson. STEADY STATE CALCIUM AND RESTING CALCIUM INFLUX IN NONDYSTROPHIC
AND MDX MYOTUBES EXPOSED TO PREDNISONE OR PREDNISOLONE. Program No. 413.10. 2003
Certain glucorticoids, such as prednisone, prednisolone and deflazacort, increase muscle strength and slow the progress of Duchenne muscular dystrophy (Fenichel et al., Neurology, 41, 1874, 1991) by one or more mechanisms that have not yet been fully characterized. Evidence from 45calcium uptake studies in the C2C12 muscle cell line suggests that one mechanism may involve decreases in calcium influx following one or more days of exposure to these agents beginning at the period of myoblast fusion (Passaquin et al., Brit. J. of Pharmacol., 1998). Recent evidence from this laboratory obtained in FURA-loaded cultured lens epithelial cells indicates that some steroids, however, may induce very rapid (seconds to minutes) effects on resting calcium influx measured by the manganese quench technique (Samadi et al., Pfluegers Arch. Europ. J. Physiol.,444, 700-709, 2002). To determine whether glucorticoids exert a unique action on resting calcium influx in dystrophic muscle, studies have begun to characterize any acute, nongenomic effects of prednisone or prednisolone on steady state calcium levels and resting calcium influx in cultured nondystrophic and mdx myotubes. Initial results indicate that neither prednisone (10 microM, 100 microM) nor prednisolone (100 microM) has immediate effects on steady state calcium levels in nondystrophic myotubes, but that prednisolone may induce a slight decrease in manganese quench rate in mdx myotubes at relatively early stages in culture (culture day 12-14). These results further demonstrate the utility of the manganese quench technique in assessing whether short or long term exposure to glucorticoids induces a beneficial reduction in resting calcium influx in dystrophic skeletal muscle.
Canadá - a escoliose, ou desvio da coluna, é muito frequente em meninos com distrofia muscular de Duchenne. Este estudo teve a finalidade de avaliar a escolise em pessoas tratadas com corticóides. Trinta meninos de 7 a 10 anos com Distrofia Muscular de Duchenne, com capacidade de andar, forma tratados com deflazacort e 24 não receberam a medicação. Uma curvatura da coluna > que 20% foi observada em 67% dos meninos que não receberam corticóide e em 17% dos que foram tratados com deflazacort. Quinze meninos sem corticóide necessitaram de cirurgia de coluna contra 5 dos que receberam o corticóide. Como efeitos colaterais do tratamento 10 meninos com deflazacort apresentaram catarata, 3 fraturas por stress e o aumento médio de peso foi de 3,7Kg. Os autores concluem que o tratamento com corticóide retarda o aparecimento da escoliose.
USA - os autores fazem uma revisão dos efeitos da oxandrolona, uma substância esteróide, nas doenças catabólicas e nas que causam fraqueza muscular. De maneira geral a droga é eficaz com efeitos colaterais limitados e bem tolerados. Como a revisão é genérica não temos mais detalhes sobre o uso da droga na distrofia muscular.
Definindo o padrão de tratamento e o manuseio da distrofia muscular de Duchenne (10/04/04)
Europa - o Centro Europeu de Doenças Neuromusculares organizou o 124o encontro para discutir padrões de tratamento para a distrofia muscular de Duchenne; os participantes de diversos países, especializados no tratamento da distrofia muscular de Duchenne publicaram um texto sobre o uso dos corticóides na distrofia muscular de Duchenne; neste texto há informações sobre seus efeitos positivos, seu modo de utilização, seus efeitos colaterais, etc. O texto da Dra Ana Lúcia publicado neste site e que pode ser acessado aqui está de acordo com estas informações. Se você quiser ler o relatório em inglês é só acessar aqui.
Corticóide diminui a degeneração muscular em um modelo experimental (24/04/04)
França - existe um modelo animal que utiliza um verme, Caenorhabditis elegans, sem o gene da distrofina. É um modelo de estudo barato e rápido para avaliar os resultados, sendo que este verme não apresenta inflamação. O uso de corticóides contribuiu para reduzir a degeneração das fibras musculares em 40%, provavelmente por ação direta no músculo. O artigo está em vias de publicação na Revista Neuromuscular Disorders e o resumo em inglês esta a seguir:
Prednisone reduces muscle degeneration in dystrophin-deficient Caenorhabditis elegans
Aurélie Gaud, Jean-Marc Simon, Thomas Witzel, Maité Carre-Pierrat, Camille G. Wermuth, Laurent Ségalat - France
Abstract
Duchenne muscular dystrophy is a degenerative muscular disease caused by mutations in the dystrophin gene. There is no curative treatment against Duchenne muscular dystrophy. In several countries, the steroid prednisone (or analogs) is prescribed as a palliative treatment. In the model animal Caenorhabditis elegans, mutations of the dys-1 dystrophin-like gene lead to a muscular degenerative phenotype when they are associated with a mild MyoD mutation. This cheap and fast-growing model of dystrophinopathy may be used to screen for molecules able to slow muscle degeneration. In a blind screen of approximately 100 compounds covering a wide spectrum of targets, we found that prednisone is beneficial to the C. elegans dystrophin-deficient muscles. Prednisone reduces by 40% the number of degenerating cells in this animal. This result is a proof-of-principle for the use of C. elegans as a tool in the search for molecules active against the effects of dystrophin-deficiency. Moreover, since C. elegans is not susceptible to inflammation, this suggests that prednisone exerts a direct effect on muscle survival.
Inglaterra - a meta-análise é uma revisão de todas as pesquisas envolvidas em um determinado tema. Nesta meta-análise os autores revisaram todos as pesquisas sobre o uso de corticóides na distrofia muscular de Duchenne. Os autores concluiram com este estudo que o corticóide é efetivo no tratamento da distrofia de Duchenne, aumentando a força muscular. O esquema de tratamento mais efetivo é com prednisolona 0,75mg/Kg/day. Os efeitos colaterais foram frequentes mas não severos.
Artigos selecionados do Encontro Anual da Sociedade Americana do Tórax (24/04/04)
USA - este é o congresso mundial mais importante na área de doenças pulmonares. Neste ano o congresso ocorrerá em Orlando, em maio e lá serão apresentados 8 trabalhos relacionados à distrofia. Um dos artigos (o número 1) fala dos resultados positivos com terapia genética para o músculo diafragma de camundongos com distrofia. O artigo sete fala de uma nova forma de ventilação mecânica em pacientes com distrofia muscular. O número 8 descreve os efeitos da associação entre corticóides e creatina em ratos normais. Os resumos em inglês podem ser lidos aqui. Encontrei também no site do congresso 22 artigos apresentados nos últimos anos (2001-2003) nestes encontros. Há importantes artigos falando na melhora da função pulmonar com o uso dos corticóides, nos benefícios da ventilação não invasiva (que já é usada no exterior há 10 anos), alterações do sono na distrofia, equipamentos de estimulação da tosse, experimentos com terapia gênica em animais entre outros. Os resumos em inglês podem ser lidos aqui.
Uso de prednisona e ciclosporina A na distrofia muscular de Duchenne (15/05/04)
Alemanha - a ciclosporina A é uma droga imunossupressora (diminui a resposta imunológica e reduz a inflamação); há resultados prévios contraditórios com relação ao seu uso. Foi anunciado nesta semana que foi iniciado na Alemanha um estudo que envolverá 9 centros de pesquisas com a finalidade de utilização de doses baixas de prednisona (corticóide) e ciclosporina A em pacientes com distrofia muscular de Duchenne. O artigo em alemão pode ser lido aqui: http://www.abc-online.org/ . O resumo em inglês é o seguinte:
MD Net therapy study R19 "Prednisone and Cyclosporin A" started
The partial therapy study R19 "Immunsuppressive therapy of the DMD with low dosis Prednisone and Cyclosporin A", financed by action benni & CO e.V., is now started. The first patients are already taken up to the study. In Germany the therapy study is accomplished at the following nine muscle centers : Berlin University, Dr. A. von Moers; Dresden University, PD. Dr. A. Huebner, Dr. A. Kaindl; Essen University, Professor Dr. Th. Voit; Freiburg University, Dr. J. Schessl, Professor Dr. R. Korinthenberg; Goettingen University, Professor Dr. E. Wilichowski; Kiel University, Professor Dr. And Stephani; Mainz University, Professor Dr. B. Reitter; Munich University, Professor Mueller Mueller-Felber; Urban hospitals Neuss, Dr. And Schara. In order to participate in the study you should turn to the specified muscle centers. Coordenation of this study: Dr. Rudolf Korinthenberg and Dr. Joachim Schessl (Freiburg University)
Informações obtidas sobre o protocolo prednisona +ciclosporina A na distrofia muscular de Duchenne (24/05/04)
Alemanha - através de e-mail eu recebi do Prof.Dr. Rudolf Korinthenberg as seguintes informações sobre esta pesquisa: ele relatou que dois outros estudos já tinham demonstrado o efeito da ciclosporina A na distrofia muscular de Duchenne (não haviam sido estudos controlados). Desta vez a pesquisa será realizada com 150 meninos em vários centros alemães e talvez em outros países. Numa etapa inicial todos receberão por 3 meses apenas ciclosporina A para analise dos seus efeitos. Após, durante 1 ano, metade dos meninos continuarão a receber ciclosporina A e metade receberá placebo sendo que todos serão tratados com prednisona (corticóide) em esquema intermitente (10 dias sim e 10 dias não). Serão acompanhados os efeitos positivos e os efeitos colaterais. O e-mail que recebi em inglês e o resumo dos trabalhos anteriores com ciclosporina A podem ser lidos a seguir:
Informations about the clinical trial "Prednisone and Cyclosporin A in DMD" from Prof.Dr. Rudolf Korinthenberg:
Previous studies with cyclosporin:
1993 -
Neurology, Vol 43, Issue 3 527-532:
Cyclosporine increases muscular force generation in Duchenne muscular dystrophy
KR Sharma, MA Mynhier and RG Miller
We investigated the effect of cyclosporine (CsA) on force generation in 15
boys with Duchenne muscular dystrophy (DMD) by obtaining monthly measures
of tetanic force and maximum voluntary contraction (MVC) of both anterior
tibial muscles. During 4 months of a natural history phase, both tetanic
force and MVC declined significantly. During 8 weeks of CsA treatment (5
mg/kg/day), significantly increased tetanic force (25.8 +/- 6.6%) and MVC
(13.6 +/- 4.0%) occurred within 2 weeks. The maximum mean increase during
treatment was 35.2 +/- 5.9% (tetanic force) and 19.0 +/- 4.6% (MVC). Side
effects from CsA, gastrointestinal and flu-like symptoms, were transient
and self-limiting. Thus, as previously reported with prednisone, CsA
increases muscular force generation in the anterior tibial muscles of DMD
patients.
1997 - Muscle Nerve, 20, 469–478. Myoblast implantation in Duchenne Muscular Dystrophy: The San Francisco Study
ABSTRACT: We evaluated myoblast implantation in 10 boys with Duchenne muscular dystrophy (DMD) and absent dystrophin (age 5–10 years) who were implanted with 100 million myoblasts in the anterior tibial muscle of one leg and placebo in the other. Cyclosporine (5 mg/kg/day) was administered for 7 months. Pre- and postimplantation (after 1 and 6 months) muscle biopsies were analyzed. Force generation (tetanic tension and maximum voluntary contraction) was measured monthly in a double-blind design. There was increased force generation in both legs of all boys, probably due to cyclosporine. Using the polymerase chain reaction, evidence of myoblast survival and dystrophin mRNA expression was obtained in 3 patients after 1 month and in 1 patient after 6 months. These studies suggest a salutary effect of cyclosporine upon muscular force generation in Duchenne muscular dystrophy; however, myoblast implantation was not effective in replacing clinically significant amounts of dystrophin inDMD muscle
Efeito do corticóide e dos exercícios na morte de músculos na distrofia muscular de camundongos (28/08/04)
Coréia do Sul - os pesquisares estudaram os efeitos dos exercícios na morte das células dos camundongos com distrofia muscular e observaram que o corticóide reduz a morte celular em camundongos submetidos a exercícios. O resumo deste artigo que será publicado em breve pode ser lido abaixo:
(Early view: Muscle and Nerve, 2004):Effects of exercise and steroid on skeletal muscle apoptosis in the mdx mouse NEW
Jeong-Hoon Lim, MD, Dai-Youl Kim, MD, Moon Suk Bang, MD, PhD - Republic of Korea
Canadá - os corticóides, em especial o deflazacort, podem retardar a evolução da distrofia muscular de Duchenne mas o mecanismo de ação é desconhecido. Neste estudo em camundongos os pesquisadores demonstraram que o deflazacort reduz a necrose muscular, provavelmente pela ativação da via da calcineurina/NF-AT1.
USA - em julho eu já tinha divulgado os resultados do encontro de especialistas que discutiram o uso dos corticóides na distrofia muscular de Duchenne. Nesta semana eles divulgaram as mesmas informações na forma de perguntas e respostas e as principais informações sobre o uso dos corticóides, em especial os efeitos colaterais. Estas informações estão em inglês e na medida do possível iremos traduzí-las.
Comitê de neurologistas americanos recomenda o uso de corticóides na distrofia muscular de Duchenne (10/01/05)
USA - Comitê de renomados especialistas se reuniram para analisar os estudos já realizados com o uso de corticóides. Após análise destes estudos eles concluiram que a prednisona, uma forma de corticóide demosntrou efeitos em Duchenne na dose de 0,75mg/Kg; no aparecimento de efeitos colaterais a dose pode ser reduzida, com menor efeito benéfico e com menos efeitos colaterais. Deflazacort pode ser utilizado na dose de 0,9mg/Kg. Os efeitos benéficos e os efeitos colaterais devem ser monitorizados e os pais devem participar da discussão do potencial benefício e efeitos colaterais dos corticóides. Esta publicação é muito importante para consolidar a utilização deste tratamento nos pacientes americanos e por conseguinte no mundo todo. Este comitê fez também um resumo, em inglês, deste trabalho para os pais. Este resumo pode ser lido ao lado: CORTICÓIDES NO TRATAMENTO DA DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE
Artigo sobre corticóide na distrofia muscular de Duchenne está disponível na íntegra (15/01/05)
USA - o artigo descrito no dia 10 de janeiro sob o título "Comitê de neurologistas americanos recomenda o uso de corticóides na distrofia muscular de Duchenne" tem a sua versão integral disponível na internet; o artigo pode ser acessado aqui
Estudo controlado com a utilização de dose intermitente de prednisona no tratamento da distrofia muscular de Duchenne (11/01/05)
Holanda - mais um artigo esta sendo publicado descrevendo os efeitos positivos de doses intermitentes (10 dias com e 10 dias sem) de prednisona. Foram estudados 17 meninos com Duchenne de 5 a 8 anos; eles foram tratados por 6 meses com prednisona e 6 meses com placebo (comprimido sem nenhum princípio ativo). Apesar do pouco tempo de tratamento eles observaram retardo na evolução da doença durante o tratamento com prednisona. Apesar da presença de efeitos colaterais a qualidade de vida com o tratamento não foi afetada. É mais um estudo demonstrando os efeitos positivos do tratamento com corticóides na distrofia muscular de Duchenne. O resumo do artigo, em inglês, pode ser lido abaixo:
(IN PRESS: Arch.Neurol.2005;62:128-32) Intermittent Prednisone Therapy in Duchenne Muscular Dystrophy - A Randomized Controlled Trial NEW
Background Prednisone treatment is used to prolong ambulation in patients with Duchenne muscular dystrophy (DMD). However, since severe adverse effects often accompany prednisone treatment, it is debatable whether the benefits of prednisone treatment outweigh its adverse effects.
Objectives To study the effects of prednisone on muscle function and to determine the extent of steroid-related adverse effects and their influence on the quality of life of ambulant patients with DMD.
Design A randomized, placebo-controlled, crossover trial with 6 months of treatment: prednisone or placebo (0.75 mg/kg daily) during the first 10 days of each month. After a washout period of 2 months, patients received the other regimen for an additional 6 months.
Setting University hospital and rehabilitation center in the Netherlands.
Patients Seventeen ambulant patients with DMD aged 5 to 8 years.
Main Outcome Measure Change in muscle function assessed by timed functional testing: running 9 m, climbing 4 standard-sized stairs, and rising from the floor to a standing position.
Results The increase in time needed to run 9 m (P = .005) and to climb 4 standard-sized stairs (P = .02) was significantly lower during the prednisone period.
Conclusions Prednisone slowed deterioration of muscle function and muscle force in ambulant patients with DMD. Although adverse effects were present, patient quality of life was not affected. Therefore, short-term prednisone treatment can be recommended to preserve motor functions in ambulant patients with DMD.
Europa - o ENMC é um grupo que reune os centros de pesquisas em doenças neuromusculares da Europa; em reunião em janeiro eles planejam um grande estudo, envolvendo 14 países para avaliar o melhor esquema de tratamento com corticóides na distrofia muscular de Duchenne. Os pacientes que participarem do estudo poderão receber 4 doses diferentes de corticódes: deflazacort - 0,9mg/Kg de peso/dia (grupo 1); prednisona - na dose de 0,75mg/Kg/dia (grupo 2) ou 0,75mg/Kg/10 dias com e 10 dias sem (grupo 3) ou na dose de 0,5mg/Kg/dia (grupo 4). Haverá avaliação da força muscular, da capacidade respiratória, cardíaca e os efeitos colaterais dos corticóides.
Inglaterra - os corticóides retardam a progressão da distrofia muscular de Duchenne por mecanismo ainda incerto.Nesta pesquisa os autores estudaram os mediadores que podem acarretar degeneração dos músculos de camundongos com distrofia muscular.Vários destes mediadores estão alterados com a distrofia. O tratamento com corticóides reduz a degeneração muscular por modificações complexas dos músculos. É mais um trabalho demonstrando o efeito benéfico dos corticóides.
Tratamento com corticóides e a função cardíaca em portadores de distrofia muscular de Duchenne (02/07/05)
USA - os autores deste estudo analisaram retrospectivamente os ecocardiogramas de 111 portadores de distrofia muscular de Duchenne realizados de 1997 a 2004 (com idade de 21 anos ou menos). De todos os pacientes analisados 29 tomavam prednisona, 19 deflazacort e os demais não usavam corticóides. Independentemente do tipo de corticóide utilizado os pacientes tratados apresentavam melhor desempenho cardíaco dos que os não tratados. Esta analise pode indicar que os corticóides podem retardar o declínio da função cardiaca em portadores de distrofia muscular de Duchenne.
Canadá - de longa data há relatos dos benefícios da suplementação nutricional na distrofia muscular; muitos pacientes sentem os benefícios das vitaminas, da creatina, etc. Neste estudo em camundongos os autores estudaram os efeitos do corticoide (prednisolona), complementado com o uso da creatina, ácido linoleico, ácido lipóico e betahidroximetilbutirato). O uso isolado destes suplementos demonstrou efeito mas os melhores resultados foram obtidos com a combinação deles; aumento da força muscular, redução da fadiga e melhora das alterações histológicas dos músculos. Este relato reforça a idéia de que o uso dos suplementos nutricionais em conjunto com corticóides pode retardar a evolução da distrofia, constituindo-se numa alternativa válida até que uma terapia definitiva esteja disponível.
Turquia e USA - a cada dia novos estudos tem demonstrado os efeitos benéficos dos corticóides na distrofia muscular de Duchenne. Há um consenso sobre a necessidade de utilização e o mais precoce possível. Neste trabalho foram analisados os resultados de pacientes com 12 a 15 anos tratados com corticóides (prednisona ou deflazacort). Não houve diferença nos resultados observados com os dois tipos de corticóides. Os benefícios comprovados neste estudo foram: melhora do desempenho físico, redução da necessidade de cirurgia de escoliose, melhora da função respiratória. Os efeitos colaterais mais observados foram catarata, hipertensão arterial, alterações de comportamento, ganho de peso e fraturas. Os autores concluem que o uso de corticóides retarda a evolução da doença e suas complicações, não havendo diferença entre o uso de prednisona e deflazacort.
Artigos publicados recebem críticas de outros pesquisadores (29/10/05)
USA - é comum que os artigos publicados sofram críticas de outros pesquisadores; as vezes, quando as críticas são muito importantes elas são publicadas. Os artigos criticados podem se defender e isto enriquece o conhecimento de todos. Quando a crítica se refere a qualidade do artigo este artigo recebe uma censura e é retirado dos anais da revista. Nesta semana dois artigos foram criticados; o primeiro fala dos bons resultados do perindopril na função cardíaca de pacientes com distrofia muscular de Duchenne. As críticas foram muito severas em especial sobre os métodos de acompanhamento dos pacientes. Os autores do artigo reagiram e conseguiram demonstrar que as suas informações estavam corretas. O segundo artigo que foi criticado fala da necessidade de dosar a CK antes de toda cirurgia para evitar complicações como a hipertermia maligna. O crítico fala que o custo seria muito elevado para fazer o exame indiscriminadamente e sugere que o exame seja feito se houver alguma suspeita de fraqueza muscular ou atraso do desenvolvimento motor. A crítica de ambos os artigos e a réplica podem ser lidas abaixo:
Critics and Reply: Hyperkalemic Cardiac Arrest After Cardiopulmonary Bypass in a Child with Duchenne Muscular Dystrophy
CRITICS:
We read with interest the article by Nathan et al. (1) concerning a hyperkalemic cardiac arrest in a child with unsuspected Duchenne muscular dystrophy. As the authors state in their discussion, children with undiagnosed Duchenne muscular dystrophy are at an increased risk when exposed to depolarizing muscle relaxants; however, the unexpected rhabdomyolysis associated with general anesthesia drugs is still a problem and no specific disease appears to be related to this phenomenon (2– 4). Because of this, we disagree with the authors’ recommendation of routine preoperative screening of all patients for elevated serum creatine kinase. Although an elevated serum creatine kinase is highly sensitive for myopathies, it lacks specificity (4). Serum creatinine kinase may be elevated after trauma and heavy exercise. Universal screening can result in frequent and unnecessary delays in the operating room schedule and also lead to the “Ulysses Syndrome” of “mental and physical disorders which follow the discovery of a false positive result” (5). Careful and thorough preanesthetic evaluation is essential in helping to identify undiagnosed myopathies, but as with the patient in this report and others (6), this method is not foolproof. We agree with the authors that screening in the neonatal period may be helpful but will need a formal cost analysis before this can be accomplished.
Hetam Al-Takrouri, Little Rock, James F. Mayhew, Jackson - USA
REPLY:
We appreciate the comments of Drs. Al-Takrouri and Mayhew. We agree with them that “universal screening” for elevated creatine kinase during the preoperative evaluation is unnecessary. We had been very careful in preparing our manuscript (1) and had only recommended estimating creatine kinase in children with a history of unexplained motor delay. We also agree with them on the need for a cost analysis for neonatal screening.
25 - Critics and Reply: Can Perindopril Delay the Onset of Heart Failure in Duchenne Muscular Dystrophy?
CRITICS:
With interest we read the study by Duboc et al. (
1) about 57 children with Duchenne muscular dystrophy (DMD) and a left ventricular ejection fraction (LVEF) > 55%. Duboc et al. (1) conclude that early treatment with perindopril over 60 months delays both the onset and progression of systolic dysfunction. The study raises the following concerns: First, how to explain that within the first 36 months only one patient in each group developed systolic dysfunction, whereas within the following 24 months eight patients of group 2 (the group that received placebo during the first 36 months) deteriorated? If the deterioration after 60 months was due to not taking perindopril during the first 36 months, why did this effect not become evident earlier? Assuming that perindopril had an effect in preventing the development of systolic dysfunction in group 1 patients (the group that received perindopril during the first 36 months), it remains unclear whether this was really a drug effect, selection bias, or whether these patients were less severely affected when included. Second, did the eight patients in group 2 with LVEF < 45% after 60 months have a lower baseline LVEF than the remaining patients? How do the investigators know that it was the lack of perindopril that led to a decrease in systolic function in these patients? How could it be excluded that this was not the natural course? To claim a positive effect of perindopril in patients with normal systolic function it is not justified to claim a prophylactic effect of the drug despite a nonsignificant difference in mean values of LVEF after 60 months. How then to explain the improvement of LVEF after 36 months in two group 2 patients? Third, because LVEF decreased under angiotensin-converting enzyme (ACE) inhibitor therapy in eight patients below 45% and the mean remained unchanged, there must have been some patients in whom LVEF has improved. How do the investigators explain that the drug given during 24 months improved LVEF in group 2 patients? Fourth, cardiac function was assessed by resting radionuclide ventriculography. As most of the DMD patients develop thoracospinal deformities from age 10 on, the accuracy of scintigraphy is limited (2). Why was no other method, like echocardiography, applied that would yield additional information about cardiac size and diastolic function? Fifth, what was the rationale to give an ACE inhibitor in patients with normal systolic function? Why was the choice perindopril, an ACE inhibitor not previously tested in muscular dystrophy patients (3,4)? Moreover, information is lacking about the exact neurological severity of the patients, especially how rapidly neurologic symptoms deteriorated, and whether respiratory function changed. How many patients had or developed rhythm abnormalities? Did the heart rate increase during follow-up, and was increased heart rate associated with a decrease of LVEF in any of the patients, suggesting tachycardiomyopathy (5)? How to explain that 17 patients developed side effects during placebo therapy? From which drug? Finally, based on the presented data, it is not justified to propose perindopril as a prophylactic medication in DMD. To assess left ventricular function accurately in DMD patients, the application of at least echocardiography is mandatory (4).Claudia Stöllberger, Josef Finsterer - Austria
REPLY:
We thank Drs. Stöllberger and Finsterer for their comments about our paper (
1). They point out several questions, indicating that they probably do not adhere to our conclusion of a preventive effect of perindopril in children with Duchenne muscular dystrophy. The main limitation may be the apparent delay of 60 months to observe a benefit of therapeutics. In fact, this trial investigated a preventive effect very early in the course of Duchenne disease (mean age of children 10.6 years with normal left ventricular ejection fraction [LVEF]); as a consequence, LVEF was preserved at 36 months. These children probably have cardiac involvement that is not accurately detected by conventional measurements; more sensitive methods might be useful in this setting (2). Conversely, after 60 months’ total follow-up, children were older (mean age 15.6 years) and cardiac deterioration could be demonstrated in the group receiving placebo during phase 1; this is in accordance with the natural course of the disease. Such degradation in LVEF is representative of the ineluctable course of the disease, and it was not accurately prevented by a delayed initiation of perindopril. As 1) groups were comparable for demographics, cardiac status, respiratory and peripheral muscle function, 2) drug allocation (placebo or perindopril) during phase 1 was the only difference, thus the natural conclusion is that five years of perindopril may delay the onset and progression of LV dysfunction when compared to later and shorter initiation. The trend in lower mortality in the perindopril group reinforces our conclusion. All adverse effects mentioned in our study were present during the first phase of the study, with no difference between placebo group or perindopril group. Patients with and without LVEF dysfunction at the end of the protocol had similar baseline values (64.9 + 6.5% vs. 65.0 + 5.4%, respectively, p = NS). No patient had significant increased LVEF during the study. Mean LVEF declined moderately in both groups, and some patients exhibited more severe degradation, which reflects heterogeneity in the course of the disease. In our study, radionuclide ventriculography was chosen to determine LVEF, as it is the “gold standard” method. The measurement of LVEF is a direct count of radionuclide activity. Conversely, LVEF determined by echocardiography needs a mathematical hypothesis that may not be valid in cases of severe thoracic deformation (3). Finally, patients with Duchenne disease very frequently have poor quality of acoustic echocardiographic windows. This study was focused on a possible preventive effect of perindopril on LVEF, which is an important prognosis factor, contrary to electrocardiograms, ventricular arrhythmias, and late potential signal-average (4). In conclusion, this correspondence illustrates the need for simple and adequate methodology to limit misinterpretation of investigative results, integrating the difficulties of such necessary controlled trials conducted in a rare disease.Christophe Meune, Denis Duboc, - France
USA - o uso de corticóides já está bem estabelecido como uma forma de tratamento de algumas formas de distrofia como a de Duchenne e Becker. Vários estudos em camundongos que tem ausência de distrofina demonstraram que a L-arginina melhora a força muscular. Inclusive muitos pacientes já tem utilizado a L-arginina sem que o seu efeito esteja demonstrado completamente em seres humanos. Neste estudo os autores demonstraram que o deflazacort, uma forma de corticóide, associado a L-arginina poupa os músculos da lesão induzida pelo exercício e aumenta a força muscular dos animais. Para os autores os resultados podem indicar que esta associação possa ser efetiva também em humanos para melhorar a qualidade de vida dos portadores de distrofia muscular de Duchenne e Becker.
USA - ínumeros trabalhos confirmam que os cortícoides aumentam a força muscular em camundongos e pacientes com distrofia muscular de Duchenne. Nesta pesquisa os corticóides foram utilizados em camundongos com distrofia muscular apenas nos finais de semana (sábado e domingo) a partir da terceira ou quarta semana de vida. Os resultados demonstraram que este esquema de corticóides aumenta a força muscular nos camundongos e aumenta a sobrevida dos animais. Este é mais um trabalho demonstrando os efeitos a longo prazo dos corticóides na distrofia muscular de Duchenne.
USA - a função pulmonar e a eficiência da tosse foram comparadas em 10 pacientes com Duchenne tratados com corticóides com 25 que não recebiam a medicação. O pico de fluxo de tosse e a pressão expiratória máxima eram significantemente maiores nos pacientes tratados com corticóides, demonstrando os benefícios a longo prazo deste tratamento.
USA - os corticóides são o melhor tratamento para a Distrofia Muscular de Duchenne. No entanto há debates quanto ao melhor corticóide para ser usado, dose, duração do tratamento, etc. O Departamento de Saúde americano decidiu organizar um estudo com 300 meninos de vários centros de pesquisa, de vários países, com objetivo de obter respostas a estas dúvidas. os corticóides que serão testados são a prednisona e o deflazacort em meninos de 4 a 7 anos com distrofia muscular de Duchenne.