ATENÇÃO ESTA PÁGINA CONTÉM INFORMAÇÕES OBTIDAS EM SITES MÉDICOS, DE NOTÍCIAS, DE ENTIDADES DE PESQUISA E LITERATURA MÉDICA ESPECIALIZADA. MUITAS DAS INFORMAÇÕES SE DESTINAM A PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE OU PESQUISA POR SEREM MUITO ESPECIALIZADAS. AS PESQUISAS AQUI RELATADAS SÃO NA SUA MAIORIA DE PONTA, NÃO PODENDO SER TRANSPOSTAS RAPIDAMENTE PARA O USO CLÍNICO. EM GERAL HÁ UMA DEMORA QUE PODE SER SUPERIOR A 5 ANOS ENTRE UM TRABALHO EXPERIMENTAL PROMISSOR E SEU USO CLÍNICO.
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Expressão prolongada do gene da distrofina humana em camundongos portadores de distrofia muscular (28/02/04)
Inglaterra - um dos problemas da terapia gênica é a resposta que os músculos tem à expressão da distrofina, que é considerada estranha ao músculo. No modelo experimental os pesquisadores conseguiram fazer o músculo expressar a distrofina humana prolongadamente sem grande resposta inflamatória.
USA - para que o resultado da terapia gênica seja eficiente há necessidade de que pelo menos 20% das células expressem o gene administrado. A entrega do gene ao músculo é uma das maiores dificuldades para a eficiência da terapia gênica. Utilizando um processo mal explicado (dito semisintético) eles injetaram um trecho do DNA contento o gene da distrofina na veia ou artéria de camundongos portadores de distrofia. Com esta técnica eles observaram que a distrofina se expressou nos músculos de ambas as pernas após este tratamento, demonstrando que este é um método promissor de entrega do gene ao músculo.
Argentina - os pesquisadores tentaram relacionar o tipo de deleção com o prejuízo do aprendizado que alguns pacientes com distrofia muscular de Duchenne/Becker; os autores observaram que a deleção na parte central do gene está relacionada ao prejuízo do aprendizado em portadores desta forma de distrofia.
Canadá - este grupo de pesquisadores avaliou os resultados tardios obtidos com a terapia gênica em camundongos com distrofia muscular. Após um ano do tratamento os camundongos apresentaram ainda expressão da distrofina e aumento da força muscular. Os camundongos desenvolveram reação imunológica a proteína distrofina que não impediu a melhora das alterações musculares.
França - os trabalhos clínicos com o uso de gentamicina na mutação de ponto na Distrofia Muscular de Duchenne mostram resultados muito variáveis. Neste artigo os pesquisadores estudaram a resposta a gentamicina na mutação de ponto e concluiram:a resposta in vivo é semelhante a resposta in vitro; que a resposta é variável, dependendo da mutação testada; não há como prever esta resposta; uma pequena porcentagem responde a gentamicina. Eles concluem que o estudo in vivo, caso a caso, permitirá identificar os candidatos a esta forma de terapia.
Coréia - cientistas coreanos conseguiram extrair células tronco de embriões clonados em laboratório. Este procedimento que não tem relação com a clonagem reprodutiva abre caminho para obtenção de células pluripotentes, capazes de se transformar em qualquer tipo de célula ou tecido. Você pode ler mais sobre o tema neste artigo:
Koreans succeed in stem cell first
A Dra. Mayana Zatz escreveu um artigo para a Folha de São Paulo de ontem (13/02/04) esclarecendo o tema. A preocupação no momento relaciona-se com a futura decisão do Senado que irá modificar a lei da Biosegurança, já votada na Câmara dos Deputados e que proibe qualquer forma de clonagem; se esta decisão não for modificada o Brasil impedirá as pesquisas e a possibilidade de utilização de células tronco no Brasil. Precisamos pressionar os senadores. A cópia do texto é a seguinte:
Esperança renovadaMAYANA ZATZ
ESPECIAL PARA A FOLHA
A pesquisa que acaba de ser publicada na revista
"Science" por um grupo de cientistas coreanos (Hwang e colegas, 2004)
confirma a possibilidade de obter células-tronco pluripotentes (capazes de se
diferenciar em vários tecidos) a partir da técnica de clonagem terapêutica ou
transferência de núcleos (TN). Trata-se de uma nova esperança de obtenção
de células-tronco para fins terapêuticos, e poderá no futuro representar a
esperança de cura para milhares de afetados por doenças neurodegenerativas,
muitas delas letais antes da segunda década de vida.
Essa pesquisa está sendo publicada num momento extremamente importante no
Brasil, em que se discute um projeto de lei sobre biossegurança que veta
pesquisas com embriões. O projeto que acaba de ser aprovado pela Câmara dos
Deputados mostra uma confusão entre três conceitos: a) clonagem reprodutiva;
b) clonagem terapêutica; e c) terapia celular com células-tronco (que não é
sinônimo de clonagem terapêutica).
Antes da votação do texto definitivo no Senado Federal, é fundamental que os
parlamentares entendam que a terapia celular com células-tronco, incluindo as
embrionárias, podem representar a esperança de tratamento para milhões de
brasileiros afetados por doenças genéticas (que atingem mais de 5 milhões de
pessoas, a maioria crianças e jovens), que sofrem de doenças comuns como o
diabetes e a doença de Parkinson, ou que estão incapacitados porque sofreram
acidentes.
A clonagem reprodutiva humana, que seria a tentativa de produzir uma cópia de
um indivíduo, é condenada por todos. Deve realmente ser proibida.
A clonagem terapêutica ou transferência de núcleo nada mais é do que um
aprimoramento das técnicas hoje existentes para culturas de tecidos, que são
realizadas há décadas. A vantagem é que, ao transferir o núcleo de uma célula
de uma pessoa para um óvulo sem núcleo, esse novo óvulo, ao se dividir, gera
células potencialmente capazes de produzir qualquer tecido em laboratório.
Isso abre perspectivas fantásticas para futuros tratamentos. Seria o caso de
reconstituir a medula de alguém que se tornou paraplégico após um acidente,
ou de substituir o tecido cardíaco em uma pessoa que sofreu um infarto.
Entretanto, no caso de portadores de doenças genéticas, não seria possível
usar as células da própria pessoa (porque todas têm o mesmo defeito genético).
Existem células-tronco em vários tecidos (como medula óssea, sangue e fígado)
de crianças e adultos. Entretanto, a quantidade é pequena, e não sabemos
ainda em que tecidos elas são capazes de se diferenciar. A maior limitação
dessa técnica, o autotransplante, que tem mostrado resultados promissores em
pessoas com insuficiência cardíaca, é que ela também não serviria para
portadores de doenças genéticas.
O sangue do cordão umbilical e da placenta é rico em células-tronco, mas não
sabemos ainda qual é seu potencial de diferenciação. Se as pesquisas
mostrarem que células-tronco de cordão umbilical serão capazes de regenerar
tecidos ou órgãos, serão sem dúvida a fonte mais importante.
Teríamos de resolver então o problema de compatibilidade entre as células-tronco
do cordão doador e o receptor. Para isso será necessário criar, com a maior
urgência, bancos de cordão públicos. Quanto maior o número de cordões em um
banco, maior a chance de achar um compatível.
Se as células-tronco de cordão não derem os resultados esperados, a
alternativa será o uso de células-tronco embrionárias. Elas podem ser obtidas
pela técnica de transferência de núcleo, como na pesquisa sul-coreana, ou a
partir de embriões que são descartados em clínicas de fertilização.
É justo deixar morrer uma criança ou um jovem afetado por uma doença
neuromuscular letal para preservar um embrião cujo destino é o lixo? Um embrião
que, mesmo implantado em um útero, teria um potencial baixíssimo de gerar um
indivíduo?
Ao usar células-tronco embrionárias para regenerar tecidos em uma pessoa
condenada por uma doença letal, não estamos na realidade criando vida? Isso não
é comparável ao que se faz hoje em transplantes, quando se retiram os órgãos
de uma pessoa com morte cerebral, mas que poderia permanecer em vida vegetativa?
A maioria dos países da União Européia, o Canadá, a Austrália, o Japão e
Israel aprovaram pesquisas para obtenção de células-tronco embrionárias
obtidas por clonagem terapêutica ou de embriões com até 14 dias. Essa é também
a posição das academias de ciência de 63 países, inclusive a brasileira.
Muitos acreditam que a vida começa no momento da fertilização. Entretanto,
cientistas da Coréia acabam de demonstrar que células-tronco pluripotentes
podem ser obtidas sem fertilização. É fundamental que a nossa legislação
também aprove essas pesquisas, porque elas poderão no futuro salvar inúmeras
vidas.
Xechem anuncia que possui uma droga que pode ser útil para o tratamento para a distrofia muscular (08/02/04)
USA - a empresa de biotecnologia Xechem anunciou que uma de suas empresas, a Ceptor, desenvolveu a droga Myodur, uma associação de carnitina e leupeptina. A leupeptina é um inibidor da calpaína. A calpaína é um enzima que degrada as células musculares e esta aumentada na distrofia muscular. A carnitina aumenta o transporte da leupeptina para a célula. Este anúncio foi feito pela empresa que solicitou ao FDA a classificação da droga como "droga orfã. O objetivo desta classificação é obter benefícios tais como exclusividade de comercialização, testes com menor número de pacientes para liberação da droga, etc.
Itália - embriões tem capacidades regenerativas que são perdidas na vida extra-uterina; pesquisadores italianos criaram camundongo capaz de manter esta capacidade; eles já sabiam que as células tronco são capazes de migrar por longas distâncias para corrigir tecidos lesados. Eles descobriram uma forma de IGF-1 muscular (mIGF-1) que emite sinais para atrair as células tronco. Ela funcionaria como um megafone para avisar as células tronco. Eles criaram em laboratório um camundongo capaz de produzir muitas mIGF-1 e com células tronco de medula fosforescentes. Estes camundongos passaram a apresentar uma alta capacidade de regeneração muscular. Com a ajuda do mIGF-1 foi possível atrair as células tronco que se diferenciaram em células do músculo. A próxima etapa é descobrir como fazer o organismo aumentar a produção de mIGF-1. O artigo integral pode ser lido aqui.
USA - o IGF-1 tem sido pesquisado em distrofia muscular. Neste estudo em camundongos normais com treinamento físico os pesquisadores demonstraram a hipertrofia dos músculos. O uso de IGF-1, ainda não disponível, poderá ser uma alternativa para tratamento medicamentoso da distrofia muscular.
Itália - a HMGB1 é uma proteína extracelular liberada em tecidos inflamados ou necróticos; pesquisadores italianos demonstraram que esta proteína é capaz de atrair mesangioblastos para o musculo de camundongos com distrofia e ajudar na regeneração muscular.
USA - Parent Project Muscular Dystrophy é uma entidade americana voltada para a divulgação da doença e incentivo a pesquisas para tratamento da distrofia muscular. Muitos pais criticavam a entidade por não atuar na pesquisa de drogas para o tratamento da doença. Nesta semana a entidade anunciou um acordo com a PTC, uma empresa de biotecnologia que tem mais de 100 novas moléculas que podem ser testadas em doenças genéticas. Com este acordo é possível sonhar com a possibilidade de novos estudos clínicos com drogas para os próximos anos.
Anunciado o primeiro caso da utilização de células tronco em paciente com Distrofia Muscular de Duchenne na Itália ( 1/02/04)
Itália - na reportagem do Correio Della Sera de 30/01/2004 foi relatado que em fevereiro será realizado o primeiro da utilização de células tronco em portador de distrofia muscular de Duchenne. O procedimento será realizado na Policlínica, uma clínica especializada financiada por Enzo Ferrari, dono da Fiat e da Ferrari, que tinha um filho com distrofia muscular de Duchenne. O procedimento será realizado em um adolescente, filho de um médico. O procedimento foi autorizado pelo Ministério da Saúde da Itália. Neste experimento serão utilizadas células tronco obtidas do próprio paciente. A notícia foi traduzida para o português por Franco Scarola:
CÉLULAS TRONCO, O PAI MÉDICO EXPERIMENTA A CURA NO
FILHO
Técnica
revolucionária no Policlinico para curar oito meninos distróficos.
“Papai,
se começar as terapias quero ser o primeiro”
Pela primeira
vez no mundo, em fevereiro será iniciado no Policlinico um experimento para
entender se será possível curar com células tronco a distrofia muscular de
Duchenne, uma doença genética que destrói os músculos. O primeiro será um
menino de 15 anos, atualmente "preso" em uma cadeira de rodas. E entre
os médicos da Clinica Neurológica que farão a tentativa estará presente também
o Dr. Angelo, que é o pai do menino. Um médico que não é pesquisador e nem
neurologista, mas que há dez anos trabalha como voluntário nas pesquisas que
possam dar esperança ao seu filho e a todas as crianças doentes. E o Dr.
Angelo, pai corajoso, conta: “Quando nasceu, meu menino não era diferentes
das outras crianças. Falou e andou na idade certa, começou a correr e
brincar”. Os seus olhos sofridos narram um filme de imagens alegres e normais
que lhe passam pela memória. Em seguida prossegue, há muito custo:
“Quando o meu menino tinha pouco mais e quatro anos, comecei a notar nos seus
movimentos, que havia alguma coisa que não estava bem. Sou médico, e não meu
iludo muito. Com pavor, fiz o diagnóstico. Como médico me parecia verossímil,
como pai o (diagnóstico) rejeitava”. Encaminhou-se ao Policlinico que havia
frequentado como estudante de medicina, o Dr. Angelo teve o indiscritível dor
de vê-lo (diagnóstico) confirmado. Resignar-se ? “Não, como médico e como
pai, prometi ao meu filho de tentar. Talvez é só um sonho, mas penso como que
seria maravilhoso esquiar com ele.” O filho está no segundo ano do colegial e
é sensível e inteligente, tem seguido todas as pesquisas. Quando viu-se que
camundongos paralisados voltavam a andar, foi a reviravolta. Conclui o Dr.
Angelo: “Quando lhe dei a dei a notícia, meu filho disse: "Papai, se
partirem para os homens, o primeiro quero ser eu". E me sorriu”.
O engenheiro
Enzo Ferrari tinha um jovem filho que morreu por causa da distrofia muscular de
Duchenne. Chamava-se Dino. O dono de Maranello (cidade onde encontra-se o
estabelecimento da Ferrari), quase vinte anos atrás, contribuiu com uma
considerável soma para propiciar ao Policlinico a possibilidade de ter um
centro de excelência para a cura das distrofias musculares. E aquí nasceu a idéia
de experimentar o uso das células tronco. Os médicos da Clinica Neurologica da
Universidade dos Estudos, trabalham há anos na pesquisa, atualmente dirigida
pelo professor Nereu Bresolin, que recebeu a herança científica do
professor Guglielmo Scarlato, falecido no ano passado. O anúncio do experimento
( que tem o consentimento do Instituto Superior Sanitário e a autorização do
Ministério da Saúde) que será dada na seguinda-feira 2 de fevereiro em Milão,
pelo ministro Girolamo Sirchia, que considera-se parte da
<<equipe>>.: quando era diretor do centro de imunologia dos
transplantes, estudou e realizou no Policlinico o banco de células tronco, a fábrica
de células, onde as células tronco úteis são multiplicadas. A distrofia
muscular de Duchenne é uma doença genética que atinge um em 3500 crianças, e
só do sexo masculino. Esta mutação revela-se pela falta da distrofina, uma
proteína encontrada dentro da membrana celular muscular. Progressivamente, o
tecido muscular vem sendo substituido por tecidos fibrosos, e os movimentos se
"apagam". Explica o professor Nero Bresolin; No nosso centro de excelência
fazem parte mais de 600 meninos e rapazes, e há anos estamos procurando
uma terapia, como os pesquisadores de todo o mundo. Agora queremos tentar o uso
de células tronco. Obviamente, não partimos do zero, mas de uma longa
experimentação em animais. Finalmente há cerca de dois anos atrás,
conseguimos um resultado, publicado na Science de julho 2003: utilizando células
tronco nos camundongos portadores da doença, conseguimos colocá-los em condições
de poderem caminhar novamente. Em
estreita síntese, o experimento parece simples, mesmo baseando-se nas pesquisas
e sobre estudos difíceis e complicados: <<O que faremos?>> Com
anestesia, retiraremos de uma perna do menino, um pedacinho de músculo. Em
laboratório determinaremos as células tronco capazes de fabricar distrofina, e
as multiplicaremos. Enfim, com uma injeção praticada em uma mão,
transplantaremos estas células ao jovem paciente. Deverá trancorrer um bom
tempo, várias semanas e então se saberá se acendeu-se a esperança. A FICHA
DA DOENÇA -. A distrofia muscular é uma doença na qual o tecido muscular se
atrofia até impedir os movimentos. É provocada por um dano genético. A CURA -
para curar a doença, é necessário fornecer às células musculares doentes
(com as tronco) AS CÉLULAS - As tronco são células ainda indiferenciads,
pluripontes, e compostas de vários elementos fundamentais do sangue.
A notícia em italiano é a seguinte:
venerdì, 30 gennaio, 2004 | |
MEDICINA MALATTIE | |
Pag. 049 |
Cellule staminali, il padre medico sperimenta la cura sul figlio |
Tecnica rivoluzionaria al Policlinico per curare otto bambini distrofici. «Papà, se iniziate le terapie voglio essere il primo» | |
Cremonese Antonella |
Per la prima volta al mondo, entro febbraio sarà avviata al Policlinico una sperimentazione per capire se sia possibile curare con le cellule staminali la distrofia muscolare di Duchenne, una malattia genetica che distrugge i muscoli. Il primo sarà un ragazzino di 15 anni, ormai inchiodato sulla carrozzina. E tra i medici della Clinica Neurologica che faranno il tentativo ci sarà anche il dottor Angelo, che è il padre del ragazzino. Un medico che non è un ricercatore e non è un neurologo, ma che da dieci anni lavora come volontario alle ricerche che potrebbero dare una speranza a suo figlio e a tutti i bimbi malati. E il dottor Angelo, il padre coraggioso, racconta: «Quando è nato, il mio bambino non era diverso da tutti gli altri bambini. Ha parlato e ha camminato all' età giusta, ha cominciato a correre e a giocare». I suoi occhi sofferenti raccontano il film d' immagini gioiose e normali che gli passano nella memoria. Poi prosegue, a fatica: «Quando il mio bambino aveva poco più di quattro anni cominciai a notare che nei suoi movimenti c' era qualcosa che non andava. Sono medico, e non mi sono illuso a lungo. Con spavento, ho fatto la diagnosi. Come medico mi sembrava verosimile, come padre la respingevo». Rivoltosi al Policlinico che aveva frequentato come studente di medicina, il dottor Angelo ebbe l' indicibile dolore di vederla confermata. Rassegnarsi? «No, come medico e come padre, ho promesso a mio figlio di tentare. Forse è solo un sogno, ma penso come sarebbe meraviglioso sciare con lui.» Il figlio, che fa la seconda liceo scientifico ed è sensibile e intelligente, ha seguito tutte le ricerche. Quando si è visto che topi paralizzati riprendevano a camminare, è stata la svolta. Conclude il dottor Angelo: «Quando gli ho dato la notizia, mio figlio ha detto: "Papà, se partite sull' uomo, il primo voglio essere io". E mi ha sorriso». Antonella Cremonese
Una cura di cellule staminali contro la distrofia muscolare |
Entro febbraio prima sperimentazione al Policlinico | |
Cremonese Antonella |
L' ingegner Enzo Ferrari aveva un giovane figlio che morì a causa della distrofia muscolare di Duchenne. Si chiamava Dino. E' nel suo ricordo che il patron di Maranello, quasi vent' anni fa, con una cospicua donazione volle dare al Policlinico la possibilità di avere un centro di eccellenza per la cura delle distrofie muscolari. E qui è nata l' idea di sperimentare l' uso delle cellule staminali. Vi lavorano da anni i medici della Clinica Neurologica dell' Università degli Studi, ora diretta dal professor Nereo Bresolin, che ha raccolto l' eredità scientifica del professor Guglielmo Scarlato, scomparso l' anno scorso. L' annuncio della sperimentazione (che ha il nullaosta dell' Istituto Superiore di Sanità e l' autorizzazione del ministero della Salute) verrà dato lunedì 2 febbraio a Milano dal ministro Girolamo Sirchia, che può a buon diritto considerarsi parte della «squadra»: quando era direttore del centro di immunologia dei trapianti, ha studiato e realizzato al Policlinico la «banca» delle cellule staminali e la cosiddetta «Cell Factory», dove le cellule staminali utili vengono moltiplicate. La distrofia muscolare di Duchenne è una malattia genetica che colpisce circa un nato su 3500, e solo di sesso maschile. Questa mutazione comporta l' assenza di distrofina, una proteina trovata dentro la membrana cellulare muscolare. Progressivamente, il tessuto muscolare viene sostituito da tessuti fibrosi, e i movimenti si spengono. Spiega il professor Nereo Bresolin: «Al nostro centro di eccellenza fanno riferimento oltre 600 bambini e ragazzini, e noi da anni stiamo cercando una terapia, come i ricercatori di tutto il mondo. Ora vogliamo tentare l' uso delle cellule staminali. Ovviamente, non partiamo da zero, ma da una lunga sperimentazione su animali. Finalmente circa due anni fa abbiamo raccolto un risultato, poi pubblicato su Science nel luglio 2003: utilizzando cellule staminali su topi portatori della malattia, li abbiamo messi in grado di camminare di nuovo». In strettissima sintesi, la sperimentazione appare semplice, anche se si basa su ricerche e su studi difficili e complicati: «Che cosa faremo? In anestesia, preleveremo da una gamba del ragazzino un pezzettino di muscolo. In laboratorio individueremo le cellule staminali capaci di fabbricare distrofina, e le faremo moltiplicare. Infine, con un' iniezione praticata in una mano, trapianteremo queste cellule al giovane paziente». Dovrà trascorrere del tempo, parecchie settimane. Poi si saprà se si è accesa la speranza. A.Cre. La scheda LA MALATTIA La distrofia muscolare è una malattia in cui il tessuto dei muscoli si atrofizza fino a impedire i movimenti. È provocata da un danno genetico LA CURA Per curare la malattia bisogna fornire alle cellule muscolari il gene funzionante, oppure sostituire le cellule muscolari malate (con le staminali) LE CELLULE Le staminali sono cellule non ancora differenziate, pluripotenti, capostipiti di tutti gli elementi fondamentali del sangue
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