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USA - a terapia gênica que tem sido muito testada em cães e camundongos ainda tem sérios problemas a serem resolvidos. Um deles é fazer com que a gene entregue até o músculo continue funcionando em muitas células musculares e definitivamente. Neste experimento que não utilizou o gene da distrofia, eles introduziram no músculo de camundongo um gene da luciferase que faz a céula produzir uma proteína luminosa, fácil de ser identificada. Após algum tempo a célula para de emitir luz, indicando que o gene parou de funcionar. Utilizando em conjunto com o gene da luciferase um outro gene, o da integrase, o músculo continuou a emitir luz prolongadamente, indicando que o gene se integrou à célula. É um trabalho interessante mas ainda muito inicial. Apesar do título da reportagem que fala em cura da distrofia com esta técnica serão precisos muito mais experimentos em camundongos e muitos outros em cães para poder iniciar os testes em humanos. Apesar da notícia estar bem explicada a manchete é muito sensacionalista.
França - pacientes com deficiência imunológica de causa genética tem sido submetidos a terapia gênica com sucesso. No entanto há 2 anos casos de leucemia forma descritos nos pacientes submetidos a terapia gênica. Neste estudo atual os pesquisadores identificaram o gene que foi "ligado" e desencadeou a leucemia:LMO2. Este é um efeito colateral que pode ocorrer com a manipulação dos genes. As crianças com leucemia foram tratadas com quimioterapia e transplante de medula e encontram-se em remissão da leucemia e em boas codições de saúde.
São Paulo - A
Nossa Caixa, banco do Estado de São Paulo, oferece uma linha de crédito
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aquisição de equipamentos para suprir limitações impostas por algum tipo de
deficiência, seja física, motora, auditiva, visual ou neurosensorial, ou serviços
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Resumos que serão apresentados no Congresso de Neurociências (18/10/03)
USA - O Encontro Anual da Sociedade de Neurociências será realizado de 8 a 12 de novembro de 2003, em New Orleans. Deste encontro selecionei três artigos relacionados com a distropia muscular: o mais importante é relacionado com a terapia gênica e foi realizado na China. Neste estudo os camundongos com distrofia muscular foram submetidos a transplante de células tronco da medula óssea. Os animais foram submetidos a radioterapia antes do tratamento. Após três meses do tratamento 10% dos animais apresentavam expressão da distrofina. Houve melhora da força muscular nos animais tratados e aumento da sobrevida em relação aos animais do grupo controle. No segundo artigo os autores demonstraram o aumento da expressão do receptor da transferrina em fibras de regeneração em pacientes com distrofia muscular. Este receptor esta relacionado a entrada do ferro e pode indicar um papel deste elemento no retardo da deterioração muscular. O terceiro artigo estuda o efeito dos corticóides na distrofia muscular experimental, tentando entender como esta droga atua.
1) C. Zhang, S. Chen, Y. Xie, W. Huang, S. Li, W. Zhang, Q. Li, X. Liu. THERAPEUTIC EFFECT OF DUCHENNE MUSCULAR DYSTROPHY MICE WITH BONE MARROW STEM CELLS TRANSPLANTATION. Program No. 413.9. 2003
Objective:
To investigate the locomotive function, electronic physiology changes, and
expression of dystrophin in Duchenne muscular dystrophy mice(mdx and dko) with
bone marrow stem cells transplantation.
Methods: The bone marrow stem cells of C57BL/6
Results: Three month after bone marrow stem cells transplanting, we find that
(1) there were more than 10% of muscle cells expression dystrophin protein in
each transplanted mice(mdx and dko); (2) the electromyography showed almost
normal waves in the transplantation mdx mice and dko mice; (3)the locomotive
function improved obviously in transplantation dko mice; (4)the life span of the
transplantation dko mice were more than 200 days( the life span of control of
dko mice were less than 140 days).
Conclusions: Allogenic bone marrow stem cells transplantation can improve the
electromyographic items, dystrophin expression in muscles of mdx and dko mice.
Further more, the stem cell transplantation can improve the locomotive function
and prolong the life span of dko mice.
2) Y. Zhu, B. Chen, H. Gong, J. Pan, W. Zhang. EXPRESSION OF TRANSFERRIN RECEPTOR IN DUCHENNE MUSCULAR DYSTROPHY TISSUES. Program No. 80.2. 2003
Duchenne
muscular dystrophy (DMD) is an X-linked, fatal disease caused by mutations of
the gene encoding the cytoskeletal protein dystrophin. Skeletal muscle of DMD
patients is characterized by an ongoing process of degeneration and regeneration.
Transferrin receptor (TfR, CD71), an integral membrane glycoprotein, mediates
cellular uptake of iron. In most tissues, TfR expression is correlated
positively with proliferation and regulated at the post-transcriptional level.
To determine if TfR is involved in muscular regeneration in DMD patients, we
examined the expression of TfR in muscle samples of 42 patients with DMD, and 10
from normal volunteers. Immunohistochemical staining of TfR was positive with
variable intensity in normal control and DMD patients. In normal control, TfR
was faintly expressed on the surface of muscle fibers. In DMD patients, strong
TfR reaction was detected. In some muscular fibers from DMD patients, TfR was
found strongly expressed inside the fibers. Further detection with Enzyme
histochemistry and acridine orange (AO) fluorescence techniques showed that
these fibers with strong TfR expression were regenerative IIc type fibers. The
increase of TfR expression in regenerative fibers suggests that the high uptake
of iron may promote the capacity of muscle regeneration and thus may delay the
deterioration of DMD patients.
3)
C.G. Carlson. STEADY STATE CALCIUM AND RESTING CALCIUM INFLUX IN NONDYSTROPHIC
AND MDX MYOTUBES EXPOSED TO PREDNISONE OR PREDNISOLONE. Program No. 413.10. 2003
Certain glucorticoids, such as prednisone, prednisolone and deflazacort, increase muscle strength and slow the progress of Duchenne muscular dystrophy (Fenichel et al., Neurology, 41, 1874, 1991) by one or more mechanisms that have not yet been fully characterized. Evidence from 45calcium uptake studies in the C2C12 muscle cell line suggests that one mechanism may involve decreases in calcium influx following one or more days of exposure to these agents beginning at the period of myoblast fusion (Passaquin et al., Brit. J. of Pharmacol., 1998). Recent evidence from this laboratory obtained in FURA-loaded cultured lens epithelial cells indicates that some steroids, however, may induce very rapid (seconds to minutes) effects on resting calcium influx measured by the manganese quench technique (Samadi et al., Pfluegers Arch. Europ. J. Physiol.,444, 700-709, 2002). To determine whether glucorticoids exert a unique action on resting calcium influx in dystrophic muscle, studies have begun to characterize any acute, nongenomic effects of prednisone or prednisolone on steady state calcium levels and resting calcium influx in cultured nondystrophic and mdx myotubes. Initial results indicate that neither prednisone (10 microM, 100 microM) nor prednisolone (100 microM) has immediate effects on steady state calcium levels in nondystrophic myotubes, but that prednisolone may induce a slight decrease in manganese quench rate in mdx myotubes at relatively early stages in culture (culture day 12-14). These results further demonstrate the utility of the manganese quench technique in assessing whether short or long term exposure to glucorticoids induces a beneficial reduction in resting calcium influx in dystrophic skeletal muscle.
Dinamarca - os autores relatam que pacientes com redução severa da massa muscular podem apresentar hipoglicemia (redução do nível de açúcar no sangue). Esta alteração foi observada na distrofia muscular de Duchenne, na miopatia congênita e na atrofia espinhal. Esta informação pode ser importante e deve ser considerada em pacientes durante cirurgias e episódios febris.
USA - O Instituto Nacional de Saúde (NIH) e a Associação Americana de Distrofia Muscular (MDAUSA) indicaram mais três centros de excelência em pesquisa em distrofia muscular. Esta indicação faz parte do projeto legislativo que determinou aumento das verbas para pesquisas em distrofia muscular. Os centros indicados foram a Universidade de Washington em Seattle, a Universidade de Rochester (Nova York) e a Universidade de Pittsburgh.
Estatísticas sobre distrofia muscular no Brasil (18/10/03)
Brasil - as estatísticas sobre o número de pacientes das diferentes formas de distrofia são muito falhas. Muitas pessoas não sabem a forma de distrofia que apresentam e os diagnósticos são feitos sempre tardiamente. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) só há estatísticas sobre o número de internações sobre distrofia, sem especificar a forma. Segue a seguir o número de internações pelo SUS em 2002, por estado.
Estado | Número |
Acre | 0 |
Alagoas | 5 |
Amapá | 1 |
Amazonas | 2 |
Bahia | 18 |
Ceará | 10 |
Distrito Federal | 16 |
Espírito Santo | 7 |
Goiás | 5 |
Ignorado | 0 |
Maranhão | 7 |
Mato Grosso | 1 |
Mato Grosso do Sul | 4 |
Minas Gerais | 62 |
Pará | 10 |
Paraíba | 1 |
Paraná | 82 |
Pernambuco | 18 |
Piauí | 4 |
Rio de Janeiro | 71 |
Rio Grande do Norte | 4 |
Rio Grande do Sul | 40 |
Rondônia | 6 |
Roraima | 1 |
Santa Catarina | 39 |
São Paulo | 116 |
Sergipe | 1 |
Tocantins | 0 |
Total | 531 |
Fonte: DATASUS/Ministério da Saúde
USA - realizou-se na última semana de setembro uma conferência patrocinada pelo MDA com alguns renomados especialistas para discutir as manifestações cardíacas nas distrofias musculares. Cardiomiopatias estão presentes em todas as formas de distrofia. O relatório trás uma série de recomendações quanto aos exames necessários em todas as formas de distrofia muscular:
Distrofia muscular de Duchenne:
- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico;
- exames cardiológicos antes de qualquer cirurgia e a cada 2 anos até os 10 anos; anualmente após os 10 anos;
- avaliação e tratamento das alterações respiratórias em paralelo com a investigação cardiológica;
- quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores.
Distrofia muscular de Becker:
- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico;
- exames cardiológicos a cada 5 anos;
- quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores.
Mulheres portadoras do gene da Distrofia muscular de Duchenne e Becker:
- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico ou após os 16 anos e a cada 5 anos, com frequência maior se alguma anormalidade é observada ou se há alterações severas dos músculos esqueléticos ou manifestações cardíacas.
- tratamento com inibidores da enzima de conversão da angiotensina se alterações cardíacas são detectadas, com a possibilidade de associação de medicações;
- considerar as possibilidade de transplante cardíaco na presença de alterações severas, não controláveis com a medicação.
Distrofia Miotônica Tipo 1:
- eletrocardiograma anual iniciando ao diagnóstico;
- eletrocardiograma contínuo (24 a 48 horas) ao diagnóstico (Holter) em pacientes adultos;
- ecocardiograma ao diagnóstico em distrofia miotônica congênita;
- Holter se o eletrocardiograma anual mostrar anormalidades;
- considerar a possibilidade de usar drogas antiarrítmicas;
- instalar marcapasso se anormalidades do ritmo cardíaco for detectado;
- não instalar desfibrilador interno até uma evidência que justifique seu uso.
Distrofia muscular congênita:
- ecocardiograma e eletrocardiograma ao diagnóstico;
- ecocardiograma antes de cirurgia os se apresentar sintomas sugestivos exceto em portadores de mutação do gene da merosina, nos quais a cardiomiopatia não é progressiva
Distrofia muscular de Emery-Dreifuss:
- eletrocardiograma ao diagnóstico e após anualmente;
- avaliação por um cardiologista se ocorrer alterações do eletrocardiograma ou se houver dificuldade de interpretação do exame;
- Holter de 24 a 48 horas anualmente;
- ecocardiograma;
- implantação de marca-passo permanente se houver alterações do marca-passo natural do coração (nó sinusal) ou do nó-atrioventricular.
- considerar a possibilidade de realização do estudo eletrofisiológico;
- considerar a utilização de anticoagulantes na presença de fibrilação atrial.
Mulher portadora do gene da distrofia muscular de Emery-Dreifuss:
- eletrocardiograma periódico para detectar distúrbio de condução atrial ou atrioventricular até que os conhecimentos aumentem a cerca da evolução natural das portadoras deste gene.
Cromossomo 1 Distrofia Muscular de Emery-Dreifuss:
- considerar o implante de desfibrilador interno;
- considerar a utilização de anticoagulantes na presença de fibrilação atrial.
Distrofia Tipo Cinturas 2C, 2D, 2E e 2F (deficiência de sarcoglican):
- mesma vigilância dos portadores de Duchenne ou Becker;
- Holter periodicamente;
- quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores;
- considerar a utilização de antagonistas do cálcio para reduzir as alterações do fluxo da artéria coronária visto que esta alteração pode estar presente nesta forma de distrofia;
- considerar o transplante cardíaco caso ocorra falência da terapia medicamentosa.
Distrofia tipo cinturas 2I :
- mesma vigilância dos portadores de Duchenne ou Becker; considerar que a severidade da cardiomiopatia pode ser proporcional as alterações do músculo esquelético;
- quando as alterações se iniciam utilizar os inibidores da enzima de conversão da angiotensina com a possibilidade de associar com beta-bloqueadores;
- considerar o transplante cardíaco caso ocorra falência da terapia medicamentosa.
Distrofia tipo cinturas 1B:
- considerar o implante de desfibrilador interno;
- considerar a utilização de anticoagulantes na presença de fibrilação atrial.
Distrofia facio-escápulo-umeral:
- eletrocardiograma e ecocardiograma ao diagnóstico, com realização de novos exames dependendo da sintomatologia clínica; necessidade de mais exames em pacientes com sintomas severos.
Pará - O artista Peterson Luiz dos Santos Tavares, 20 anos, foi escolhido a Revelação do Círio 2003 pelos organizadores da exposição Ícones da Fé na Amazônia, encerrada ontem na Estação das Docas. Peterson - que desde o nascimento tem distrofia muscular, retratou o achado da imagem de Nossa Senhora por Plácido em técnica de pintura a seco sobre o papel. O trabalho impressionou os organizadores da exposição. A mãe de Peterson, Jaciléia Tavares, destacou que foi a primeira participação do filho em uma exposição, o que só aconteceu com a ajuda da Associação Paraense de Distrofia Muscular (APDIM). A presidente da associação, Denise Amanajás, aproveitou a premiação para fazer um apelo a médicos cardiologistas e pneumologistas que possam ajudar não só Peterson, como outras pessoas atendidas. É que a associação adquiriu um equipamento para melhorar as condições de sobrevivência dos pacientes, mas só pode começar a usar após a avaliação de profissionais de uma dessas especialidades. O trabalho de Peterson chamou atenção da Secretaria Executiva de Cultura (Secult) que decidiu dar um Prêmio Aquisição a uma outra obra onde é retratado o sacrifício dos promesseiros da corda. Os dois prêmios totalizaram um valor de R$ 1.000,00. A premiação aconteceu ontem pela manhã na casa de Peterson, no Tapanã, em Icoaraci. Ele também recebeu uma placa comemorativa.
Notícias de Ribeirão Preto I (11/10/03)
Ribeirão Preto - temos três notícias de Ribeirão Preto nesta semana e tentaremos divulgar as informações frequentemente. Esta semana o Centro de Terapia Gênica (CTG) recebeu a visita da representante da Petrobrás (foto 1) que prometeu a renovação do patrocínio por mais um ano; nesta semana também a Prefeitura de Ribeirão Preto iniciou o cascalhamento da estrada até o CTG (foto 2). O CTG está finalizando também a construção da piscina para exercício dos cães portadores de distrofia muscular (foto 3). Você já fez a sua doação para o CTG?
Notícias de Ribeirão Preto (04/10/03)
Ribeirão Preto - o Centro de Terapia Gênica de Ribeirão Preto recebeu nesta semana os camundongos mdx (camundongos portadores de distrofia muscular) que foram obtidos em doação pela Presidente da AADM, Edna Maria Pupin (na foto a direita). Estes camundongos serão utilizados para criação de uma colônia destes animais; a proposta é estudar drogas que possam retardar ou impedir a progressão da distrofia até que a terapia gênica esteja disponível. A colônia de cães continua em Ribeirão no aguardo do início de pesquisas em terapia gênica e com drogas. Continuamos em busca de grandes patrocinadores mas a ajuda individual será sempre bem vinda.
Holanda - neste artigo os autores fazem uma revisão de todas as linhas de pesquisa em distrofia muscular, analisando as probabilidades de sucesso em cada uma delas. Apesar de não trazer novidades o artigo permite entender melhor as formas de terapia gênica atualmente pesquisadas. O artigo está disponível na versão integral em pdf aqui.
China - pesquisadores chineses construiram um vírus com um minigene humano da distrofina. Este vírus foi injetado em camundongos portadores de distrofia. Os camundongos tratados apresentaram expressão da distrofina com restauração da membrana muscular. Só temos o resumo do artigo que foi publicado em chinês.
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