Distrofia
Muscular de Duchenne
Distrofia
Muscular de Duchenne (DMD) é a forma mais
comum da doença. A incidência aproximada é de 1 para cada 3500
nascimentos masculinos.
DMD
ocorre por um defeito localizado no cromossomo X. O gene da DMD localiza-se no
braço curto do cromossomo X.
O homem que
apresenta um gene defeituoso irá desenvolver a doença visto que ele tem um
cromossomo X e um Y. A mulher por ter dois cromossomos X, estará protegida da
doença mesmo que um dos seus cromossomos tenha uma mutação, sendo ela
portadora; este gene defeituoso poderá ser transmitido pela mulher aos seus
filhos do sexo masculino, que desenvolverão a doença, ou as suas filhas que
poderão ser portadoras.
Em 2/3 dos
casos a mutação é adquirida da mãe e em 1/3 a mutação ocorre no próprio
menino afetado.
O gene
responsável pela DMD foi clonado em 1986 e identificada a proteína que ele
produz, a distrofina, cuja ausência acarreta as alterações musculares. O gene
é muito grande e estudos tem identificado uma parte dele que é funcionalmente
capaz de produzir distrofina. Em 65% ocorre perda de uma parte do DNA (deleção),
em 5% duplicação do gene e em 30% dos casos mutação de ponto.
Qual o papel da distrofina na célula muscular?
O diagnóstico
é feito pela:
Clínica:
os primeiros sintomas se desenvolvem por volta dos 3 a 5 anos, com manifestações
de dificuldades dos membros inferiores: quedas freqüentes, dificuldade para
subir escadas; correr; levantar do chão; as crianças apresentam aumento do
volume das panturrilhas. Alterações da coluna e dos tendões são conseqüência
das alterações musculares das pernas. Com o progredir da doença ocorre
comprometimento dos músculos dos membros superiores. A fraqueza progressiva
evolui para incapacidade de andar, em geral ao redor da adolescência.
Comprometimento do músculo cardíaco e dos músculos respiratórios ocorre a
partir desta idade.
Sinal de Gowers - característico da Distrofia Muscular de Duchenne
Sinal de Gowers em vídeo - click aqui
Hipertrofia da panturilha (característica da doença)
Dosagem da
creatinofosfoquinase (CK): encontra-se em valores extremamente elevados.
Exame do
DNA: para pesquisa da deleção no gene da distrofina
Biópsia
muscular: realizada para a pesquisa qualitativa e quantitativa da distrofina,
especialmente útil nos pacientes que não apresentam deleção.
Estudo do
RNA: realizado a partir dos linfócitos
do paciente permite identificar o ponto em que ocorreu a mutação (mutação de
ponto)
A eletroneuromiografia, apesar de apresentar alterações características na DMD, NÃO TEM INDICAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO E NEM PARA ACOMPANHAMENTO.
O esquema patofisiológico das alterações da distrofia muscular estão descritos no seguinte esquema.